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Secretários municipais devem responder por vacina vencida, diz imunologista

23.jun.2021 - Primeira dose da vacina da fabricante Sinovac (Coronavac) para pessoas com + de 42 anos na cidade de Santos - Fabrício Costa/Estadão Conteúdo
23.jun.2021 - Primeira dose da vacina da fabricante Sinovac (Coronavac) para pessoas com + de 42 anos na cidade de Santos Imagem: Fabrício Costa/Estadão Conteúdo

Do VivaBem, em São Paulo

02/07/2021 19h16

Secretários municipais de Saúde têm responsabilidade pela aplicação de vacinas vencidas, caso a denúncia seja comprovada, segundo avaliação do imunologista Gustavo Cabral, em entrevista ao UOL News, programa diário transmitido pelo portal UOL.

Reportagem do jornal "Folha de S.Paulo" aponta que 25.935 doses, todas da Oxford/AstraZeneca, foram aplicadas fora do prazo de validade em 1.532 cidades. A situação foi identificada em oito lotes (4120Z001, 4120Z004, 4120Z005, 4120Z025, CTMAV501, CTMAV505, CTMAV506 e CTMAV520), que indicavam data de vencimento entre 29 de março e 4 de junho.

"O que vai garantir é a população abrir o olho e saber quem são os secretários de saúde em cada município. Eles têm responsabilidade, sim. Eles que estão na ponta da agulha e precisam saber o que estão recebendo antes de levar para população. Precisam também cair em cima do ministério da Saúde, com essa logística doida, de distribuir próximo do vencimento [da vacina] para que a população não passe mais por isso", afirmou Cabral, doutor pela USP com pós-doutorado na Universidade de Oxford, na Inglaterra e em Berna, na Suíça.

No levantamento realizado pela Folha de S. Paulo, a sala de vacina da Secretaria de Saúde de Maringá (PR) foi responsável por 3.023 dos 3.536 casos na cidade. Depois do município paranaense, aparecem Belém, com 2.673, São Paulo, com 996, Nilópolis (RJ), com 852, e Salvador, com 824. Outras aplicaram menos de 700 vacinas vencidas, sendo que a maioria não passou de dez doses, conforme o levantamento da Folha. Municípios negam ter aplicado doses vencidas de vacinas contra a covid-19.

A reportagem cruzou os dados dos sistemas DataSUS (do Ministério da Saúde, que identifica todos os vacinados com um código individual) e Sage (Sala de Apoio à Gestão Estratégica, responsável por armazenar os dados dos imunizantes entregues para os estados com número de lote, data de validade e outras informações). O levantamento levou em consideração a vacinação realizada até 19 de junho.

Além de Maringá, as cidades de Belém e Salvador negaram a aplicação da vacina fora da validade. São Paulo confirmou que houve cerca de 4.000 casos. O UOL procurou a Prefeitura de Nilópolis e aguarda um posicionamento.