Internado com covid, Luciano Szafir tem embolia pulmonar; entenda quadro

Internado com covid-19, Luciano Szafir passou por uma cirurgia de emergência para tratar um sangramento abdominal gerado por complicações da doença. Em entrevista para o jornal O Globo, o médico do hospital Copa Star disse que o ator teve uma embolia pulmonar antes de passar pelo procedimento e está em ventilação mecânica.

"Ele está se recuperando bem, após a séria intercorrência e a cirurgia abdominal a que foi submetido em 7 de julho. Estamos todos muito esperançosos de sua plena recuperação nos próximos dias."

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A embolia pulmonar ocorre quando um coágulo sanguíneo vai parar na circulação pulmonar, conforme explica Ronaldo Macedo, pneumologista do Vera Cruz Hospital (SP). "Pode acontecer de várias maneiras. O mais comum é quando a pessoa tem uma trombose em uma veia grande nas pernas e esse coágulo se desprende e vai parar no pulmão. Ele sobe pela circulação, passa pelo átrio e ventrículo direito e, quando chega na circulação, ele entope o local."

Quando isso acontece, o coágulo bloqueia a passagem do sangue e essa parte do pulmão fica comprometida, sem circulação sanguínea. "O paciente pode fazer algo que chamamos de infarto pulmonar, cria-se uma lesão pulmonar isquêmica, devido a falta de circulação", diz o médico.

O mais comum é que a trombose comece pelos membros inferiores, as pernas, e vá para outra região do corpo. As causas são das mais variadas. As grandes cirurgias, no quadril ou joelho, por exemplo, podem ocasionar no quadro. Há também alguns fatores de risco, como tabagismo, diabetes, pessoas no puerpério (período logo após o parto), entre outros.

Covid-19 pode causar trombose

De acordo com Macedo, a covid-19 é potencialmente trombogênica, ou seja, favorece o surgimento de quadros de trombose, que é a presença de coágulo em um vaso sanguíneo, veia ou artéria.

"Isso se dá por causa da ação direta do vírus no vaso sanguíneo. A covid causa uma lesão do endotélio, células internas dos vasos. É mais comum ter trombose em casos graves, quando o paciente fica internado ou na UTI. Em casos de ambulatórios, é menos frequente", explica.

Tratamento para trombose

O objetivo é impedir a formação e o aumento do trombo, bem como evitar que ele chegue até o pulmão. A principal estratégia terapêutica é o uso de medicamentos anticoagulantes por prazo determinado pelo médico, a depender do risco de cada paciente. Esse tempo pode ser de 3 até 24 meses.

De acordo com o pneumologista, o ideal é tratar a causa do problema. "Por exemplo, se foi por causa de uma cirurgia, a gente passa anticoagulante por três meses. Se for por um câncer, temos que anticoagular enquanto a causa está lá [câncer]."