Hospital de MG usa dispositivo que reduz a dor na aplicação de injeções
Agradável, nós sabemos que não é. Mas receber uma injeção ou passar por algum procedimento médico que necessite de uma picada —como a colocação de um cateter para infusão de medicamentos, por exemplo— pode ser parte importante e necessária de um tratamento de saúde.
Para algumas pessoas, no entanto, esse procedimento pode ser mais que um incômodo e gerar muito desconforto e até pânico. Foi pensando neles que um time de profissionais da saúde de Minas Gerais decidiu implementar o uso de um dispositivo para amenizar a sensação de dor no momento da introdução da agulha no corpo.
O projeto é de autoria de um grupo de colaboradores formado por Késsia Fernanda dos Reis Barros, Eloíza Goncalves Campos e Kylmer Alexandre Leles Guimarães, colaboradores da Unidade de Oncologia do Hospital Márcio Cunha, em Ipatinga, administrado pela Fundação São Francisco Xavier, braço social da Usiminas nas áreas da saúde e da educação. O dispositivo já está sendo utilizado em pacientes das alas de pediatria e oncologia (adulto e pediátrica).
Pequeno e maleável, o dispositivo é feito de polietileno (isento de látex) e tem micro pontas distribuídas pela sua extensão. São elas que, ao serem pressionadas contra a pele, sensibilizam os nervos daquela área, reduzindo a sensação de dor na hora da inserção da agulha.
"A picada da agulha envia uma mensagem de perigo ao cérebro de que algo está perfurando o tecido", explica Késsia Fernanda dos Reis Barros, que é enfermeira e trabalha há quase oito anos no hospital.
Segundo ela, essa reação de defesa do organismo é natural e esperada. "Com o dispositivo, é como se fosse possível avisar ao cérebro que aquilo não representa perigo, deixando a pessoa um pouco mais relaxada para a aplicação", conta.
Barros lembra que, para muitos pacientes em tratamentos prolongados na oncologia, o dia a dia cheio de picadas pode ser traumático. "Tem gente que chega aqui sem medo e acaba ficando traumatizado, já chega depois ansioso e com medo da dor", afirma.
A profissional ainda afirma que, para pacientes com transtornos mentais ou que tenham algum prejuízo cognitivo, o dispositivo é uma ferramenta a mais para tranquilizá-los e tornar o atendimento mais humanizado.
"São indivíduos que se abalam mais facilmente, às vezes precisam até ser contidos pela equipe e podem ter um trauma", explica. "Usar esse dispositivo nos ajuda a tornar aquele momento menos tenso."
Vacinas
Barros afirma que o hospital adquiriu 250 dispositivos e ainda recebeu mais 30 doados pela empresa fabricante, a LikLuc. O dispositivo pode ser adquirido por quem desejar de forma particular; no hospital, ele só pode ser usado em pessoas com a pele íntegra e deve passar por um processo de desinfecção a cada uso.
Barros afirma que, inicialmente, ele está sendo utilizado apenas nas injeções e aplicações intramusculares e subcutâneas, mas que a meta é utilizar o dispositivo para qualquer procedimento envolvendo agulhas —inclusive as vacinas.
"Nosso objetivo é facilitar a adesão ao tratamento proporcionando uma experiência o menos traumática possível", afirma a enfermeira.
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