Brasil não está preparado para variante delta, diz pesquisadora da Fiocruz
A pneumologista e pesquisadora da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) Margareth Dalcolmo afirmou, em artigo publicado hoje no jornal O Globo, que o Brasil não está preparado para lidar com a variante delta do coronavírus, em circulação em alguns estados do país.
Segundo a profissional de saúde, países como Estados Unidos e Inglaterra, que também já detectaram a presença da variante delta, apresentaram aumentos significativos no número de novas infecções diárias pela covid-19, o que pode ser um prenúncio do que irá acontecer no Brasil. Conforme Dalcolmo, para suavizar o impacto da nova cepa, o país precisa retomar as medidas restritivas em concomitância com a manutenção da vacinação da população, sobretudo na população mais jovem.
"Estamos com seis meses do início da aplicação das vacinas no Brasil, sabidamente atrasados em relação a outros países, que começaram em dezembro do ano passado. Perdemos o timing da negociação de vacinas a despeito dos excelentes estudos de fase 3 que aqui se desenvolveram, com Pfizer e Janssen, além da Coronavac e AstraZeneca, para assegurar as evidências de eficácia e subsidiar os processos regulatórios", afirmou a médica, que destacou a dificuldade do Brasil em sequenciar as cepas da covid-19.
"Se olharmos a velocidade e gravidade com que se deram as primeiras pestes, vemos como seus contemporâneos sobreviveram a elas quase ao acaso — ou por seleção natural darwiniana, os mais fortes. Na presente pandemia, mais do que em todas as antecedentes, vigoram inapelavelmente a ciência e seus avanços e profunda empatia. Nesse sentido, opor bem querer e vigilância sanitária latu sensu é mais que incongruente, injusto", completou Margareth Dalcolmo.
Dados atualizados
O Brasil registrou ontem mais de 16.300 casos de coronavírus nas últimas 24 horas. Além disso, o país contabilizou mais 615 mortes. Com isso, a média móvel de mortes ficou em 1.244. As informações são do consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte, junto às secretárias de saúde.
Desde o início da pandemia de covid-19 no ano passado, o Brasil já registrou 542.877 óbitos, e um total de 19.389.617 diagnósticos da doença.
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