Ler, escrever e jogar atrasam o Alzheimer em alguns anos, aponta estudo
Estudos anteriores já demonstraram que manter a mente ocupada pode preservar o cérebro de declínio cognitivo.
Recentemente, cientistas do Rush University Medical Center em Chicago conduziram uma pesquisa para investigar a relação entre os níveis de atividade cognitiva e a idade do aparecimento da demência de Alzheimer considerando alguns outros fatores.
Os resultados foram publicados no periódico científico Neurology.
Como o estudo foi feito
- Os pesquisadores examinaram dados de 1.903 pessoas com idade média de 79,7 anos inscritas no Rush Memory and Aging Project, um estudo longitudinal sobre envelhecimento e demência;
- Nenhum dos participantes tinha diagnóstico de demência no início do estudo;
- Após a inscrição, os participantes responderam a sete questões para avaliar seus níveis de atividade cognitiva, como quanto tempo eles passavam lendo por dia, com que frequência escreviam cartas e se jogavam cartas, damas e quebra-cabeças;
- A equipe também coletou informações sobre atividades cognitivas no início da vida e sobre o sentimento de solidão de cada um;
- Todos concordaram com avaliações clínicas anuais, incluindo avaliação do histórico médico, exame neurológico e um conjunto de 19 testes cognitivos, bem como uma autópsia cerebral após a morte e participação em atividades sociais, incluindo visitas a amigos ou parentes.
Resultados
A equipe os acompanhou por uma média de quase 7 anos. Ao todo, os pesquisadores autopsiaram 695 cérebros de participantes após a morte.
Ao final do estudo, 457 participantes desenvolveram Alzheimer. Eles tendiam a ser mais velhos no início do estudo e tinham um pouco menos de escolaridade do que os outros participantes.
Aqueles com os níveis mais altos de atividade cognitiva na velhice desenvolveram a doença em uma idade média de 93,6 anos. Em contraste, aqueles com os níveis mais baixos de atividade cognitiva na velhice desenvolveram a condição aos 88,6 anos.
Os pesquisadores conduziram análises adicionais e descobriram que os níveis de educação, sexo, atividade cognitiva no início da vida, predisposição genética para o Alzheimer, atividade social e solidão tiveram pouca ou nenhuma influência na incidência da doença.
De acordo com os responsáveis pela análise, ela sugere que um estilo de vida cognitivamente ativo pode evitar os sintomas do Alzheimer e distúrbios relacionados por vários anos e, assim, melhorar o bem-estar e a saúde das pessoas.
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