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Não existe necessidade de dose adicional de CoronaVac, afirma Gorinchteyn

"Não existe a necessidade de uma dose adicional para qualquer faixa etária, inclusive idosos", disse o secretário de Saúde de SP - Sergio Andrade/Governo do Estado de São Paulo
'Não existe a necessidade de uma dose adicional para qualquer faixa etária, inclusive idosos', disse o secretário de Saúde de SP Imagem: Sergio Andrade/Governo do Estado de São Paulo

Lucas Borges Teixeira

Do VivaBem, em São Paulo

23/07/2021 08h51

O secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, voltou a afirmar que não há indícios da necessidade de uma terceira dose de CoronaVac ou qualquer outra vacina. Segundo ele, é preciso focar na proteção geral, não individual.

Em coletiva no Instituto Butantan, Gorinchteyn foi questionado sobre um estudo publicado nesta semana que indica a eficácia de 49,9% para evitar a morte no grupo de idosos com 80 anos ou mais. O infectologista afirmou que sempre há uma queda em relação a estas faixas etárias, mas descartou doses adicionais.

Não temos nenhuma justificativa [para doses adicionais], neste momento. Assim como não fazemos uma terceira dose para gripe, nós entendemos que, o que temos hoje de resposta para este público, protege a população. Não existe a necessidade de uma dose adicional para qualquer faixa etária, inclusive idosos
Jean Gorinchteyn, secretário de Saúde de São Paulo

O estudo, publicado na última quarta (21) por pesquisadores do grupo Vebra Covid-19 (Vaccine Effectiveness in Brazil Against COVID-19) e apoiado pela Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), indicou que a eficácia da CoronaVac contra mortes caía de 86% entre idosos de 70 a 74 anos para 49,9% para o público 80+.

A pesquisa foi feita com 43 mil pessoas no estado de São Paulo, vacinadas com a CoronaVac, entre janeiro e abril. A taxa foi estimada pelo menos 14 dias após a aplicação da segunda dose, para garantir a janela de proteção.

"O que nós temos como resposta de todas as vacinas, seja gripe, seja covid, para o público idoso é que a resposta tende a ser menor do que para o público em geral, é o que temos visto para todos", afirmou Gorinchteyn.

A possibilidade já tem sido abordada por pesquisadores há uns meses. O Butantan, no entanto, segue negando a necessidade. O que o instituto e o governo paulista defendem é a revacinação anual contra a covid, como acontece com a gripe.

"Hoje, uma das discussões que se tem é que, além da imunização, as regras sanitárias sejam mantidas", defendeu o secretário.
Atualmente, o estado de São Paulo está na fase de transição do Plano SP, mas a expectativa é que haja flexibilização das regras a partir de agosto. As novas medidas deverão ser anunciadas na semana que vem.

Butantan entrega mais 1 milhão de doses

O Instituto Butantan entregou hoje mais 1 milhão de doses da CoronaVac ao Ministério da Saúde. Com isso, o centro de pesquisa chega em 58,6 milhões de doses enviadas.

Esta é a sétima remessa do instituto paulista ao PNI (Programa Nacional de Imunizações) em julho. Ao todo, foram enviados 6,4 milhões de doses no mês.

Inicialmente, a previsão era de 10 milhões de doses em julho, mas o Butantan decidiu adiantar o cumprimento do contrato de 100 milhões de doses ao Ministério da Saúde em um mês para 30 de agosto.