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Covid-19: Reabertura do Rio depende da adesão à vacina, diz secretário

4.mai.2021 - Secretário Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Daniel Soranz, vacina mulher grávida na Clínica da Família Estácio de Sá - Fernando Silva/Futura Press/Estadão Conteúdo
4.mai.2021 - Secretário Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Daniel Soranz, vacina mulher grávida na Clínica da Família Estácio de Sá Imagem: Fernando Silva/Futura Press/Estadão Conteúdo

Da Agência Brasil

30/07/2021 13h08Atualizada em 30/07/2021 14h11

O plano de reabertura do município do Rio de Janeiro, anunciado ontem pela prefeitura, vai depender de três fatores: evolução positiva do cenário epidemiológico da pandemia de covid-19 com redução de casos e óbitos, entrega das doses de vacina pelo Ministério da Saúde e adesão da população à vacinação em massa.

Durante a apresentação do 30º Boletim Epidemiológico, na manhã de hoje, o secretário de Saúde, Daniel Soranz, afirmou que o planejamento foi possível devido a uma queda grande e inesperada no número de internações nas últimas semanas. Segundo ele, a expectativa era de aumento de demanda por causa do inverno, quando normalmente sobem os casos de síndrome gripal e síndrome respiratória aguda grave (SRAG).

Por outro lado, Soranz destaca que, por enquanto, nenhuma medida restritiva foi retirada.

"Todas as medidas restritivas estão prorrogadas até o dia 9 de agosto. Nesse momento, nada muda. É obrigatório a utilização de máscara, o distanciamento social. É importante que todos colaborem até o mês de setembro, temos agosto inteiro pela frente sem alteração. A gente pretende no mês de setembro avançar no plano da redução das medidas restritivas. Isso só vai acontecer se o cenário epidemiológico se mantiver, para isso, as pessoas precisam se proteger e evitar exposição desnecessária."

O desafio até lá, segundo o secretário, é avançar na vacinação dos jovens, até 29 anos, prevista para iniciar na próxima semana. De acordo com o secretário Especial da Juventude Carioca, Salvino Oliveira, a prefeitura fará uma busca ativa para que essa faixa etária seja imunizada.

"De uma maneira geral, a juventude é bastante ansiosa e, por não ser o público que corre mais risco durante a pandemia, ela acaba baixando a guarda e tendo uma resistência maior à vacinação. Por isso, a gente reforça o recado da importância de os jovens se vacinarem em massa durante agosto para que, em setembro, a gente consiga retomar um pouco, nesse novo normal".

Calendário

Hoje a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) finaliza a aplicação da primeira dose da vacina contra a covid-19 na população com 33 anos, incluindo a repescagem amanhã para quem tem 33 anos ou mais. Soranz destaca que nas próximas duas semanas e meia não haverá repescagem.

Na segunda-feira (2), começa a vacinação com escalonamento de uma idade por dia, começando com 32 anos, sempre com mulheres pela manhã e homens na parte da tarde, até o dia 18, quando serão imunizados os jovens de 18 anos. Os adolescentes começam a receber a primeira dose no dia 23 de agosto, com as meninas de 17 anos, e no dia 24 os meninos dessa idade. O calendário termina no dia 10 de setembro, com os meninos de 12 anos.

Em outubro, a SMS pretende começar a aplicar a dose de reforço nos idosos, começando com os maiores de 80 anos. Em novembro, será a vez da faixa dos 70 anos e, em dezembro, as pessoas na faixa dos 60 recebem a terceira dose da vacina.

Até o momento, a vacinação na cidade já contemplou 3,7 milhões de pessoas com a primeira dose, o que equivale a 57,8% da população total. O esquema completo, com as duas doses ou a dose única, atendeu 1,56 milhão de pessoas ou 25,3% do total de moradores do Rio de Janeiro. Por faixa etária, 90% dos maiores de 60 anos estão totalmente vacinados, a cobertura da primeira dose na faixa de 40 a 60 anos passa dos 90% e na faixa entre 30 a 39 anos, chega a 60,1%.

Libertadores

O secretário informou que o Flamengo pediu autorização para a presença de 30% da capacidade de público no Estádio do Maracanã no dia 18 de agosto, quando o time enfrenta o Olimpia, do Paraguai, no segundo jogo pelas quartas de final da Taça Libertadores da América.

A prefeitura autorizou 10% do público, seguindo as mesmas regras impostas para a Copa América. Poderão assistir ao jogo no estádio quem apresentar o esquema vacinal completo há pelo menos 15 dias, com a comprovação feita pelo aplicativo Conecte SUS. Também poderão acessar o estádio quem apresentar resultado negativo de exame laboratorial para covid-19 feito em, no máximo 48 horas, e em laboratório credenciado pela organização.

Na final da Copa América, ocorrida dia 10 de julho, houve aglomeração do público convidado, tentativa de invasão no Maracanã e a Secretaria Municipal de Saúde encontrou testes falsos e adulterados na amostragem recolhida para análise.

Situação epidemiológica

A cidade registra 12 regiões com risco moderado para o contágio por covid-19 e 21 seguem com risco alto. O atendimentos de SRAG e síndrome gripal na rede de urgência e emergência não teve alterações nas últimas semanas, se mantendo em patamares elevados, porém a SMS observou uma queda no número de óbitos e nos casos graves.

Segundo Soranz, a mudança pode ser atribuída ao avanço da vacina ou, talvez, à menor letalidade da variante delta, que está com transmissão comunitária no município. Ele reforça a necessidade de continuar com os cuidados para evitar a doença.

"É um momento muito triste para a cidade, muitas pessoas morreram, a gente tem uma dificuldade muito grande ainda com pessoas que estão com sequelas e ainda se recuperando da covid-19. É o momento de manter as medidas restritivas. É claro que queremos fazer um planejamento de esperança, mas para que essa retomada aconteça precisamos do apoio das pessoas. As melhores retomadas nos outros países foram planejadas, os ingleses avisaram dois meses antes e tiveram um adiamento dessa retomada".

O secretário destaca que a estratégia adotada pela prefeitura é a de ter esperança e enxergar um futuro possível para a retomada. "É claro que essa retomada nunca vai ser normal, a gente perdeu muita gente, a vida se tornou muito mais difícil, mas a gente precisa construir um novo futuro".