Fazer trabalho manual, como atleta que tricotou em Tóquio, alivia estresse
O atleta inglês Tom Daley, que levou o ouro no salto sincronizado junto com Matty Lee, se destacou para além do pódio. Ele viralizou após ser fotografado nas arquibancadas fazendo tricô. É isso mesmo, ele tricotava uma roupinha para cachorro enquanto assistia a outra competição.
Aos 27 anos, Daley tem um perfil no Instagram com mais de 800 mil seguidores, em que costuma divulgar suas peças de tricô. O hobby, que começou no início da pandemia para aliviar o estresse da quarentena, também o ajudou a se distrair nas Olimpíadas.
Inclusive, ele até criou um porta-medalha para guardar a sua, e explicou que o tricô e o crochê o ajudaram a se manter são diante das pressões do esporte.
Errado, ele não está. Não é segredo para ninguém que o estresse tem chegado nas alturas desde o início da pandemia.
Elaine Di Sarno, psicóloga, mestre em ciências pela FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) e especialista em terapia cognitivo-comportamental pelo IPq (Instituto de Psiquiatria) do Hospital das Clínicas da FMUSP, explica que os trabalhos manuais) traz diversos benefícios para a saúde física e mental.
"Auxilia na criatividade, alivia o estresse, previne a insônia, melhora a ansiedade, autoestima, traz realização pessoal. Ela também ajuda a fazer um treino cognitivo de atenção, memória, concentração, raciocínio, organização, além de manter as habilidades motoras", diz.
Um estudo publicado no British Journal of Occupational Therapy mostrou que "há uma relação significativa entre a frequência de tricô e sentir-se calmo e feliz".
Além disso, 81% dos participantes com depressão relataram que se sentiram genuinamente felizes depois de tricotar. Os resultados mostraram ainda uma melhora na função cognitiva em adultos que acabaram de fazer tricô. O hobby ainda foi associado à redução da artrite e ao alívio da dor crônica.
Di Sarno explica, ainda, que quando uma pessoa relaxa fazendo tricô ou qualquer outro tipo de artesanato como pintura, sabonetes ou velas, cerâmica, bijuteria, entre outros trabalhos manuais, o estresse diminui dando lugar à criatividade.
E tem mais: o trabalho que a pessoa estiver fazendo não precisa sair perfeito, pois o nível de exigência tem um efeito rebote, que aumenta a ansiedade. Portanto, não cobre perfeição de si mesmo.
"Se uma pessoa relaxa emocionalmente, ela está muito mais apta a participar de uma atividade do que alguém que está estressado", ressalta.
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