Vitamina D e cálcio apenas previnem osteoporose ou também são tratamento?
Resumo da notícia
- A ingestão de cálcio e vitamina D previne a osteoporose e também evita o risco de fraturas em quem já tem o problema
- Os dois elementos em conjunto ajudam no processo de mineralização óssea e na regulação do metabolismo dos ossos
- É importante uma consulta com especialista para saber quantidade ideal de suplementação
"O uso de vitamina D e cálcio apenas previne contra a osteoporose ou pode restaurar os ossos em quem tem o problema?"
O consumo de cálcio e da vitamina D não apenas previne a osteoporose como também é efetivo para evitar o risco de fraturas em pessoas que apresentam osteopenia (perda gradual da massa óssea) ou a própria osteoporose. Isso porque as duas substâncias são matérias-primas no processo de mineralização óssea, e também participam ativamente da regulação do metabolismo dos ossos.
A vitamina D é considerada um hormônio que trabalha ativamente no processo de regulação do chamado paratormônio (PTH), que é o principal responsável pela reabsorção óssea no organismo. Portanto, baixos níveis de vitamina D (menos que 20 ng/ml) podem resultar em elevações dos valores de PTH e, consequentemente, aumento da reabsorção óssea, o que deixa os ossos enfraquecidos e, a longo prazo, pode desencadear em osteopenia e osteoporose.
Além disso, a vitamina D também age facilitando a absorção pelo intestino de cálcio, que é um mineral de extrema importância para o fortalecimento dos ossos. Por isso, a oferta de cálcio por meio da alimentação ou por suplementação não será efetiva na ausência de níveis ideais de vitamina D no sangue, que devem estar acima de 30 ng/ml.
Já para quem foi diagnosticado com osteoporose, a vitamina D e o cálcio funcionarão no processo de formação de osso novo, aumento da massa óssea, e redução do risco de fraturas, principal complicação da doença.
É importante saber que a osteoporose é uma doença em que a reabsorção óssea é exacerbada e a formação para manter uma massa óssea adequada é insuficiente, o que aumenta as chances de fraturas. O problema pode ser considerado primário quando ocorre fisiologicamente com a menopausa, ou secundária a doenças endocrinológicas, reumatológicas, inflamatórias, após cirurgias bariátricas ou no contexto de doenças genéticas.
São diversos fatores que podem estar associados a um maior risco para osteoporose. Alguns deles são: idade, tabagismo, consumo excessivo de álcool e uso de algumas medicações, como corticoides e medicamentos para epilepsia. O sedentarismo também contribui para uma menor densidade dos ossos e maior risco de quedas. Logo, a prática regular de exercícios físicos pode reduzir tanto o risco de osteoporose quanto de fraturas.
É sempre ideal estar com o check-up em dia para acompanhar os níveis de vitamina D e cálcio no corpo. Caso apareça alguma alteração no exame, o profissional da saúde irá indicar o melhor tratamento. Afinal de contas, suplementar cálcio e vitamina D por conta própria não é uma opção adequada.
Fontes: Narriane Chaves P. Holanda, chefe do setor de endocrinologia do HULW-UFPB (Hospital Universitário Lauro Wanderley da Universidade Federal da Paraíba), que faz parte da Rede Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares); Ricardo Botticini Peres, endocrinologista do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo; Tiago Schuch, médico do serviço de endocrinologia e nutrologia do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre.
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