Imunidade coletiva ainda deve demorar a chegar, eventos com público já têm data marcada para acontecer no Brasil e a preocupação com a variante delta: fique por dentro das principais notícias da semana a respeito da pandemia do novo coronavírus.
Imunidade coletiva fica mais distante
Se você ainda acredita na imunidade de rebanho, talvez seja melhor repensar. Isso porque aquele número mágico de vacinados que seria necessário atingir para controlar a covid-19 e liberar as atividades em todo o mundo está cada vez mais em xeque. A OMS (Organização Mundial da Saúde) jogou um balde de água fria ao afirmar essa semana que não sabe mais qual seria a taxa necessária para atingir esse patamar. Se a entidade não sabe, imagina nós?
No começo, o ideal seria 70% e 75% da população de um país imunizada para conter o vírus. Mas as novas variantes, em especial a delta, altamente transmissível, colocam essa taxa em dúvida —já que, com uma transmissão maior, é preciso também mais pessoas vacinadas para garantir a proteção.
Mas nem tudo está perdido: as vacinas têm se mostrado eficazes no que se propõem, ou seja, evitar casos graves e mortes pela doença. Um estudo feito pelo Imperial College de Londres mostrou que pessoas totalmente vacinadas têm três vezes menos risco de serem diagnosticadas com covid-19 e transmitem menos o vírus (caso sejam contaminadas) em comparação com quem não recebeu a vacina. E o CDC americano afirmou que 99,999% dos americanos imunizados não tiveram casos graves da doença mesmo após serem infectados.
A vacina funciona, pode acreditar: o governo de São Paulo anunciou na quarta (4) que 346 cidades não registraram mortes por covid-19 na última semana de julho. Isso representa 53% dos municípios do estado.
3ª dose da vacina vem aí?
Mas já? Pois é, a discussão sobre a eficácia das vacinas entrou em uma nova etapa com alguns países determinando a aplicação de uma dose de reforço. O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou que o país terá uma terceira dose para idosos e pessoas vulneráveis a partir de setembro. A decisão vai na linha de outras nações, como Reino Unido, Israel e Alemanha, que já anunciaram o reforço para alguns grupos.
Em terras brasileiras, mesmo com escassez de doses, algumas cidades já discutem como fazer o mesmo. Nesta semana, por exemplo, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, anunciou que pretende imunizar com uma terceira dose idosos da cidade já a partir de outubro de 2021 —mas não deu maiores detalhes sobre como isso será feito.
O debate a respeito da necessidade ou não de uma terceira dose ganhou força com a divulgação, em julho, de um estudo da Pfizer indicando que a proteção das duas doses do imunizante pode começar a cair após seis meses da segunda dose. As agências reguladoras americanas, no entanto, disseram que os dados ainda estão em análise e, por enquanto, não existe necessidade de qualquer reforço na vacinação. Vale lembrar que o estudo ainda é preliminar e as farmacêuticas já anunciaram que vão aumentar o preço das vacinas na Europa, sim, há sempre interesses comerciais também envolvidos.
"Atualmente não há dados suficientes para apoiar o uso de uma dose de reforço para nenhum paciente", avalia o médico Andrew Badley, da Mayo Clinic, nos EUA, que afirma que as vacinas atualmente disponíveis são eficazes contra todas as variantes, incluindo a delta.
Já o médico sanitarista Gonzalo Vecina Neto vai além e cobra dos políticos brasileiros uma organização com base científica para debater o tema. "A terceira dose tem que ser discutida no mundo todo, não só com a CoronaVac, mas com todas as vacinas, e a discussão deve ser nacional", afirma.
Eventos com público já têm data para acontecer
O avanço da vacinação em São Paulo e Rio de Janeiro fez com que os municípios anunciassem mais flexibilizações para grandes eventos. Eduardo Paes, prefeito carioca, está confiante e otimista porque anunciou a retomada de atividades na orla da cidade com eventos liberados ao público. A própria Riotur já projeta uma festa de Réveillon para 3 milhões de pessoas na capital em 13 palcos diferentes. Já pensaram a provável aglomeração que gerará?
O prefeito diz que qualquer mudança no cenário sanitário pode cancelar a festa. Vamos aguardar cenas dos próximos capítulos.
Já São Paulo pretende flexibilizar a entrada de pessoas em eventos esportivos e de público em pé em shows a partir de 1º de novembro, mas só com máscara. Com o anúncio, o Grande Prêmio São Paulo de Fórmula 1 poderá ser realizado com público.
A liberação de espaços públicos fechados nos centros urbanos vem sendo flexibilizada em todo o mundo com o aumento do número de vacinados. Além das medidas de higiene (como uso de máscara e álcool em gel), algumas cidades também estão implementando a exigência de um comprovante de vacinação para permitir a entrada nesses locais.
É o caso de Nova York, que se tornou a primeira cidade americana a exigir esse certificado para entrar restaurantes, museus e academias. O documento foi chamado de "Key to NYC Pass" e deve comprovar a aplicação de pelo menos uma dose para autorizar o ingresso nesses locais.
Variante delta continua sendo preocupação
A flexibilização das regras, no entanto, acendeu uma luz vermelha entre os especialistas, já que a transmissibilidade da variante delta pede justamente que as medidas de distanciamento social sejam mantidas até que a variante seja controlada.
E isso parece um ideal distante. Recentemente, uma nota do CDC americano alertou que mesmo as pessoas vacinadas poderiam transmitir o vírus tanto quanto os não vacinados se forem infectados pela delta —e que a doença causada pela cepa seria tão contagiosa quanto a varicela (conhecida também como catapora).
Por que isso é um problema? Bem, já era esperado que pessoas vacinadas pudessem passar o vírus —já que nenhuma vacina é 100% eficiente para o contágio (embora as atuais sejam eficazes no que se propõem, que é evitar a evolução grave da doença e a morte). No entanto, não se esperava que a variante delta apresentasse uma transmissibilidade tão alta mesmo entre vacinados.
E, embora todos estejamos cansados, com essa variante em cena, o recomendado é manter os cuidados: continuar usando máscara, muito álcool em gel e evitar aglomerações.
"Coronavírus: o que você precisa saber" é um boletim produzido pela equipe de VivaBem com uma análise rápida das notícias mais relevantes dos últimos dias sobre a pandemia de uma forma simples e prática para todo mundo entender.
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