Vecina sobre Saúde não enviar doses prometidas para SP: 'Ato inescrupuloso'
O médico sanitarista e ex-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) Gonzalo Vecina Neto disse hoje, durante o UOL News, que a decisão do ministério da Saúde de não enviar o total de doses da Pfizer previstas pelo pacto federativo ao estado de São Paulo é um "ato inescrupuloso" do ministro da pasta Marcelo Queiroga.
Anteontem, o governo paulista acusou o Ministério da Saúde de enviar apenas 50% do lote do imunizante que estava programado para o estado, o que equivale a 228 mil doses, e o governador João Doria (PSDB) disse que entraria na justiça contra a Saúde pelo envio menor que o estimado. A pasta rebateu dizendo que compensou o excesso de doses e Queiroga declarou que não concorda com a decisão de Doria entrar na justiça, apesar de reconhecer que esse é um direito do governador.
Deixar de enviar doses da vacina da Pfizer para São Paulo sob alegação de que São Paulo tirou doses da CoronaVac diretamente: isso é um ato inescrupuloso do senhor ministro da saúde. Até agora ele era só um bagre ensaboado, agora ele está se ombreando aos criminosos que já habitaram o Ministério da Saúde. Não poderia ter feito isso com a população paulista. Ele teria que ter discutido isso com o secretário da saúde de São Paulo."
Gonzalo Vecina Neto no UOL News
Para o médico, se a Saúde acredita que São Paulo estava com excesso de doses era necessário que o governo estadual e a pasta dialogassem em vez de não enviar as doses já previstas.
"Não tem cabimento não mandar as doses que estavam programadas para serem entregues e que São Paulo esperava utilizar. Se São Paulo adiantou doses da CoronaVac isso deveria ter sido dialogado e não com ato de força como o senhor Queiroga fez", ponderou.
Vecina ainda explicou que pela vacina da Pfizer ser a única aprovada pela Anvisa para a aplicação em adolescentes e a imunização desse grupo já estar prevista no estado, o não envio dessas vacinas "quebra as pernas" de São Paulo. Ele ressaltou que a ação da Saúde é delicada, pois os imunizantes do laboratório que não foram enviados não podem ser trocados por outros que ainda não tem autorização para a vacinação de jovens.
"Retirar uma parte das vacinas da Pfizer de São Paulo significa quebrar as pernas da programação da utilização desses imunizantes. Então, é inadmissível que tenha acontecido dessa forma."
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.