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Sintomas, prevenção e tratamentos para uma vida melhor


Raspagem da próstata: o que é o procedimento feito por Mateus Carrieri

Após a cirurgia, o ator compartilhou fotos e vídeos nas redes sociais - Reprodução Instagram/@mateuscarrieriof
Após a cirurgia, o ator compartilhou fotos e vídeos nas redes sociais Imagem: Reprodução Instagram/@mateuscarrieriof

Giulia Granchi

Do VivaBem, em São Paulo

18/08/2021 11h04

O ator Mateus Carrieri, 54, passou por uma cirurgia de raspagem da próstata ontem (17). O procedimento foi necessário após a equipe médica constatar hiperplasia prostática benigna, um aumento da glândula da próstata que ocorre com cerca de metade dos homens após 45 anos.

"A próstata envolve o canal da uretra do homem muito próximo à bexiga. Com a idade, ela tende a crescer e esse aumento pode obstruir o canal", explica Roni Fernandes, diretor de comunicação da SBU (Sociedade Brasileira de Urologia). O quadro não é considerado precursor do câncer de próstata.

Chamados de sintomas do trato urinário inferior, os sinais incluem aumento da frequência de ir ao banheiro, necessidade de urinar durante à noite (o que faz o homem acordar), esforço para poder sair a urina, jato da urina mais fraco e sensação que a bexiga não é esvaziada adequadamente.

"A recomendação é tratar os sintomas precocemente para evitar cirurgia. Se cresce muito rápido e os sintomas não melhoram, indica-se o procedimento", aponta Fernandes.

A raspagem é feita por endoscopia, através da uretra. "É uma cirurgia minimamente invasiva. Normalmente o paciente fica internado um ou dois dias, coloca-se uma sonda no canal para lavagem da bexiga e eventual retirada de sangramentos. Depois, a sonda é retirada e o homem volta urinar normalmente", indica o médico.

Os sintomas são progressivos e se o homem se adapta a eles, com a falsa impressão de que são normais, o canal é totalmente obstruído e a cirurgia passa a ser urgente.

Busca por ajuda médica aumentou entre homens, mas ainda é menor do que entre mulheres

Segundo o Sistema de Informação Ambulatorial (SIA), de 2016 a 2020, houve um aumento da procura do homem pelo médico de 49,96% — de 425 milhões de atendimentos para 637 milhões.

No entanto, os dados do PNS (Programa Nacional de Saúde) de 2019 mostram que 76,2% da população foi ao médico (cerca de 160 milhões de pessoas), sendo a proporção de mulheres (82,3%) superior à dos homens (69,4%). Ao avaliar os dados por estado e faixa etária, essa diferença de ida ao médico entre homens e mulheres chega a ser maior que o dobro.

O menor acesso à saúde pode ocultar doenças silenciosas. A menor ida ao especialista tem contornos culturais, uma vez que desde cedo as meninas são levadas pelas mães ao ginecologista e os meninos, por sua vez, não têm um especialista que os acompanha, ficando com essa ausência até os 50 anos, idade recomendada para se fazer os exames de toque retal e PSA para o diagnóstico precoce do câncer de próstata.