'Medida de proteção coletiva', diz especialista sobre passaporte da vacina
Margareth Dalcomo, pesquisadora da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), disse que a iniciativa de lançar um passaporte de vacinação que deverá ser exigido no comércio, serviços e eventos em geral, na cidade de São Paulo —anunciada hoje pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB)— é uma medida de proteção coletiva.
"Sou a favor. É muito grave essa questão do não entendimento de que vacinar-se no momento epidêmico tão grave em que vivemos não é uma medida individual", afirmou durante entrevista ao UOL Debate, na manhã desta segunda-feira (23).
Rosana Richtmann, infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo, e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia, também corrobora com a medida. Segundo ela, "não se vacinar é um direito, mas expor os outros em ambientes fechados daí não é um direito".
"A gente sempre tenta conscientizar as pessoas através da ciência, dos dados, das coisas mais transparentes possíveis, mas a gente vê que muitas vezes o que realmente funciona é quando você faz medidas restritivas, daí, sim, mexe no dia a dia das pessoas, que se veem quase que obrigadas a ir atrás da vacinação para poder frequentar os lugares", disse também durante o UOL Debate.
Carla Domingues, epidemiologista e ex-coordenadora do PNI (Programa Nacional de Imunizações), que também participou do UOL Debate, ressaltou que a vacinação no nosso país é obrigatória desde a criação do PNI . "Então, nesse momento em que há recusa das pessoas em se vacinar, nós precisamos intensificar essa organização. Não é possível que o direito individual se sobreponha ao coletivo".
Passaporte de vacinação
Será obrigatório tomar vacina contra a covid-19 para entrar nos estabelecimentos da cidade de São Paulo. A prefeitura informou hoje que irá lançar um passaporte de vacinação que deverá ser exigido no comércio, serviços e eventos em geral a partir das próximas semanas.
De acordo com o prefeito, o comprovante da vacinação poderá ser feito por meio do aplicativo da prefeitura ou com o cartão físico da vacinação. O anúncio com todos os detalhes, incluindo a data de início para a medida entrar em vigor, ainda será feito oficialmente. Locais que não cumprirem a exigência poderão ser multados.
A exigência será que as pessoas estejam com o esquema vacinal em dia. Então, se o cidadão tomou apenas uma dose e ainda não chegou a data para a segunda, não há problema. Mas, se estiver atrasado, pode ser impedido de entrar nos locais.
A proposta é incentivar a vacinação na capital. O cidadão deverá baixar o aplicativo e-SaudeSP, da prefeitura, que apresenta todas as informações de saúde do usuário, com base nos dados do Ministério da Saúde. Pessoas que tiverem dificuldade em baixar a ferramenta poderão apresentar o comprovante físico.
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