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'Não tenho dúvida de que a 3ª dose precisa ser dada', diz especialista

A pesquisadora da Fiocruz ressaltou que a 3ª dose deve ser feita em detrimento da vacinação de grupo de adolescentes e crianças - iStock
A pesquisadora da Fiocruz ressaltou que a 3ª dose deve ser feita em detrimento da vacinação de grupo de adolescentes e crianças Imagem: iStock

Colaboração para o UOL

23/08/2021 11h21

A epidemiologista e ex-coordenadora do PNI (Programa Nacional de Imunizações),Carla Domingues, disse que "não tem a menor dúvida de que a 3ª dose precisa ser dada".

"Não tenho a menor dúvida de que a 3ª dose precisa ser dada, principalmente na população idosa, depois vamos para os profissionais de saúde, depois para as pessoas com comorbidades", afirmou durante o UOL Debate, na manhã desta segunda-feira (23).

Rosana Richtmann, infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo, e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia, corroborou com a necessidade de aplicação da 3ªdose, durante o UOL Debate.

"Fazer uma dose de reforço nesse momento, depois de 6 meses da vacinação dessa população vulnerável (idosos), não tenho a menor dúvida da necessidade e também não tenho dúvida de que a necessidade seria já. O problema é: temos quantidade? Na minha cabeça, a gente tem que fazer as coisas ao mesmo tempo, é uma questão de gerenciar isso aí, continua com a segunda dose que é fundamental e em paralelo ir vacinando os idosos", comentou.

3ª dose para profissionais de saúde

A pesquisadora da Fiocruz Margareth Dalcomo ressaltou que a terceira dose deve ser aplicada em paralelo com a vacinação atual e em detrimento da vacinação do grupo de adolescentes e crianças.

"Eu ainda colocaria um outro grupo, lembrem-se dos profissionais de saúde, os primeiros que foram vacinados, e hoje nós temos visto muito medo, muita insegurança. As pessoas estão expostas a cargas virais altas, dentro de hospitais o tempo inteiro. A imunidade conferida de 6 meses atrás para esse grupo está caindo", afirmou.

Segundo Carla, é preciso que o Ministério da Saúde organize melhor a campanha de vacinação. "O que não pode acontecer é cada estado estar fazendo uma política de vacinação diferente o que dificulta a operacionalização e principalmente essa comunicação que a gente faz com a população. Devemos diminuir o envio de doses para o grupo de 12 anos nesse momento, vacinar os adolescentes que tem comorbidades, mas não tem sentido usar 20 milhões de doses na população adolescente e não estar terminando a vacinação de 30 anos, e já fazer um planejamento dessa terceira dose".

Sistema heterólogo

Margareth destaca que estudos estão mostrando a importância do uso da intercambialidade de vacinas na aplicação da terceira dose.

"O que nós sabemos até agora eu ousaria recomendar que fosse heterólogo, que fosse aplicado uma vacina de outra plataforma nesse momento. A gente está vendo que a utilização de plataformas heterólogas é benéfica", comentou.