Estudo mostra alta efetividade da CoronaVac e AstraZeneca contra mortes
Um estudo preliminar, sem revisão por pares, avaliou a efetividade da CoronaVac, vacina do Butantan, e também da AstraZeneca, da Fiocruz. Isso quer dizer que os pesquisadores analisaram os números de como os dois imunizantes funcionam quando são utilizados na população em geral — e não em laboratórios. A conclusão é que ambas vacinas foram consideradas eficazes contra a infecção pelo vírus SARS-CoV 2 e altamente eficazes contra riscos de hospitalização, admissão na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e de morte.
O estudo é de autoria de pesquisadores das universidades federais da Bahia e de Ouro Preto, da Universidade de Brasília, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, da London School of Hygiene & Tropical Medicine e da Fiocruz. O trabalho foi publicado, nesta quinta-feira (26), no medRxiv, plataforma que disponibiliza pesquisas ligadas à saúde e que ainda se encontram em processo de revisão.
Como o estudo foi feito
- Os pesquisadores utilizaram um levantamento de 60,5 milhões de brasileiros vacinados entre os dias 18 de janeiro e 30 de junho de 2021.
- Ao todo, 26,8 milhões de pessoas (44,4% do total) tinham 60 anos ou mais.
- Dos 60,5 milhões, 21,9 milhões (36,2%) de pessoas foram imunizadas com a CoronaVac e 38,6 milhões (63,8%) com a AstraZeneca.
- O objetivo era avaliar a efetividade das vacinas para prevenir casos graves de covid, hospitalizações, admissão em UTIs e óbitos.
- Para determinar a efetividade das vacinas em evitar casos graves de covid, os pesquisadores confrontaram os dados dos indivíduos vacinados com os dados hospitalares nacionais, obtidos no SIVEP-Gripe (Sistema de Vigilância Epidemiológica da Gripe).
Quais foram os resultados
Entre os indivíduos de todas as faixas etárias com esquema de vacinação completo, ou seja, que tomaram as duas doses da CoronaVac, 54,2% apresentaram risco menor de infecção pelo coronavírus, 72,6% menor risco de hospitalização, 74,2% menor risco de admissão na UTI, e 74% menor risco de morte.
Já entre aqueles que tomaram apenas a primeira dose da CoronaVac houve uma redução de ao menos de 50% no risco de infecção, 26,5% menor risco de hospitalização, 28,1% menor risco de admissão em UTI e 29,4% menor risco de óbito.
Entre o total de indivíduos de todas as faixas etárias que tomaram as duas doses da vacina AstraZeneca, 70% apresentaram menor risco de infecção, 86,8% menor risco de internação, 88,1% menor risco de admissão na UTI, e 90,2% menor risco de morte.
Já entre os que tomaram apenas a primeira dose, foi aferido um risco 32,7% menor de infecção, risco ao menos 50% menor de hospitalização, 53,6% menor risco de admissão em UTI, e 49,3% menor risco de morte.
- Análise por idade
O esquema de vacinação completa apresentou uma efetividade semelhante para ambas as vacinas e em todas as faixas etárias, com exceção de indivíduos com 90 anos ou mais —o que é até esperado já que o sistema imunológico de idosos tende a não funcionar perfeitamente com o passar do tempo.
No caso da CoronaVac, a redução no risco de hospitalização, admissão em UTI e morte por covid para os indivíduos com esquema de vacinação completo, com 60 anos ou mais, foi de 84,2%, 80,8% e 76,5%, respectivamente.
A faixa de indivíduos entre 60 e 89 anos apresentou uma efetividade vacinal semelhante, o que não ocorreu na faixa acima dos 90 anos, pois a redução no risco de hospitalização, admissão em UTI e morte foi de 32,7%, 37,2% e 35,4%, respectivamente.
Para a AstraZeneca, a redução no risco de hospitalização, admissão em UTI e morte por covid para os indivíduos com duas doses, com 60 anos ou mais, foi de 94,2%, 95,5% e 93,3%. Já na faixa com 90 anos ou mais, os percentuais caíram para 54,9%, 39,7% e 70,5%, respectivamente.
Por que este estudo é importante
O resultado mostra como as vacinas são seguras e funcionam. Mesmo ainda necessitando de revisão por pares, a conclusão dos pesquisadores é que ambas as vacinas demonstraram eficácia geral contra casos graves de covid-19 na faixa etária entre os 60 e os 89 anos.
Os autores sugerem que indivíduos com 90 anos ou mais podem se beneficiar de uma terceira dose de reforço. Essa possibilidade, no entanto, requer comprovação científica.
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