Incidência de SRAG parou de cair e pode voltar a crescer, diz Fiocruz
O número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Brasil parou de cair, revela o último Boletim InfoGripe, divulgado nesta quinta-feira (26) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A incidência da síndrome é um parâmetro de monitoramento da pandemia de covid-19, uma vez que o SARS-CoV-2 é responsável por 96,6% dos casos virais de SRAG registrados desde 2020.
A análise dos dados das últimas seis semanas que consta no boletim mostra que nove estados apresentam probabilidade de ao menos 75% de sofrerem alta nos casos de SRAG: Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe. Entre os nove estados, três têm probabilidade forte de crescimento, com mais de 95% de chances: Rio de Janeiro, Sergipe e Rio Grande do Norte.
Pela análise das últimas seis semanas, Mato Grosso, Tocantins, Goiás e Alagoas tendem a uma redução de casos. Quando esse prazo é encurtado para três semanas, porém, Tocantins e Alagoas revertem a tendência e apresentam probabilidade de crescimento de casos.
Em movimento semelhante, parte dos estados que apresentam tendência de estabilidade de casos na análise de longo prazo passam a indicar tendência de aumento no curto prazo. É o caso de Pará, Ceará, Bahia e Paraíba, por exemplo.
Para o coordenador do Infogripe, Marcelo Gomes, o quadro requer cautela. "Nos estados em que há sinal de crescimento apenas na tendência de curto prazo, deve-se interpretar como sinalização de possível interrupção de queda, com tendência de crescimento a ser reavaliada nas próximas semanas."
Entre as capitais, a SRAG tende a crescer em 11 das 27, indica a análise de longo prazo. São elas: Aracaju, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, João Pessoa, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo e Teresina.
A pesquisa também mostra que todas as capitais estão em macrorregiões de saúde em que a transmissão comunitária do SARS-CoV-2 é ao menos alta. São 15 as classificadas em nível alto (Aracaju, Belém, Boa Vista, Cuiabá, Fortaleza, João Pessoa, Macapá, Maceió, Manaus, Palmas, Porto Velho, Rio Branco, Salvador, São Luís e Vitória), cinco em nível muito alto (Florianópolis, Natal, Porto Alegre, Recife e Teresina) e sete em nível extremamente alto (Belo Horizonte, Brasília, Campo Grande, Curitiba, Goiânia, Rio de Janeiro e São Paulo).
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