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Pfizer faz acordo com Eurofarma para produzir vacina contra covid no Brasil

Vacina da Pfizer produzida no Brasil será distribuída na América Latina - Jack Guez/AFP
Vacina da Pfizer produzida no Brasil será distribuída na América Latina Imagem: Jack Guez/AFP

Do VivaBem, em São Paulo

26/08/2021 08h23Atualizada em 26/08/2021 10h49

A farmacêutica norte-americana Pfizer anunciou hoje que vai produzir sua vacina contra a covid-19 no Brasil em parceria com o laboratório Eurofarma, que produz medicamentos genéricos.

O anúncio foi feito em comunicado conjunto com a BioNTech, laboratório alemão parceiro no desenvolvimento da vacina. De acordo com as empresas, o imunizante produzido no Brasil será distribuído em toda a América Latina.

Hoje, as doses prontas vêm de avião de Miami, nos Estados Unidos, e desembarcam no aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP). Em seguida, são distribuídas pelo Ministério da Saúde para os estados.

As três empresas assinaram uma carta de intenções. Pelo acordo, a Eurofarma receberá a matéria-prima dos Estados Unidos e fará a produção e distribuição da vacina na região. A Pfizer e a BioNTech afirmaram que o processo de transferência técnica, treinamento e instalação de equipamentos "começarão imediatamente".

A expectativa é que o laboratório brasileiro tenha capacidade para produzir mais de 100 milhões de doses por ano, que devem começar a ser entregues em 2022, segundo o comunicado.

"Nossa nova colaboração com a Euroforma expande nossa cadeia de distribuição global para outra região, ajudando-nos a prover acesso justo e equilibrado à nossa vacina contra a covid-19", disse o presidente da Pfizer, Albert Bourla.

A vacina da Pfizer foi a primeira no país a ter o registro para uso definitivo no Brasil, concedido pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), e a única até o momento aprovada para aplicação em adolescentes de 12 a 17 anos —as demais, CoronaVac, Janssen e Oxford/AstraZeneca, só têm autorização para aplicação em maiores de 18 anos.

3ª dose no Brasil

Ontem, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou que o país começará a aplicar a terceira dose (ou dose de reforço) da vacina contra a covid-19 a partir de 15 de setembro em idosos acima de 70 anos e imunossuprimidos.

Mais tarde, em entrevista ao UOL News, a Secretária Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 do Ministério da Saúde, Rosana Leite, afirmou que a aplicação da terceira dose será "preferencialmente" com a vacina da Pfizer, mas também poderá ser feita com outra vacina de vetor viral, como da Janssen e da AstraZeneca.

Segundo ela, a CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac, não deverá ser utilizada na campanha, o que gerou críticas por parte do governo paulista.

Nova vacina do Butantan iniciará testes em MG

O Butantan também informou ontem que realizará testes com a vacina ButanVac —a primeira a ser totalmente produzida no Brasil— em pessoas não vacinadas de Guaxupé, em Minas Gerais. O objetivo do estudo, feito com voluntários, é avaliar a eficácia do imunizante.

Segundo Dimas Covas, diretor do Butantan, o instituto tem tido dificuldade para testar a vacina em adultos, pois todas as faixas etárias acima de 18 anos no estado de São Paulo já foram vacinadas. Atualmente, estão sendo imunizadas em Guaxupé pessoas de 28 anos ou mais.

O estudo será feito em duas fases, classificadas como fase A e fase B. Na primeira, participam do estudo pessoas não vacinadas ou que não tiveram covid. Já na fase B, todas as pessoas acima de 18 anos poderão participar do estudo, independente de terem sido vacinadas ou infectadas pela doença.

"Espero que dê frutos a velocidade do estudo da ButanVac. Com esses dados, podemos concluir até novembro desse ano o estudo e submetê-lo à Anvisa", declarou Covas.