Volta SP 10K: como foi correr a primeira prova presencial do ano
Há um frio na barriga que só os corredores conhecem. Uma espécie de "borboletas no estômago" que surgem bem no dia de uma prova de rua.
Depois de um ano e meio de pandemia, eu, corredora esporádica, pude voltar a ter essa sensação gostosa. A oportunidade surgiu por meio da prova Volta SP 10 Km, evento que marcou, neste domingo (29), o retorno das corridas de rua na capital paulista. Apesar do nome, havia também a opção de percurso com cinco quilômetros, distância escolhida por mim após meses sem muitos treinos nas ruas.
A prova foi o evento-modelo de corrida dentre os trinta anunciados pelo Governo de São Paulo para o segundo semestre, incluindo 14 eventos sociais, 12 de economia criativa, dois esportivos e dois de negócios.
O evento prometia cumprir todos os protocolos de segurança contra a covid-19 e o principal motivo da minha participação — embora eu estivesse mesmo com saudade das provas — foi conferir se realmente daria para se sentir em segurança em meio a 1.200 pessoas.
A retirada do kit aconteceu no estacionamento de uma grande loja esportiva e foi divida por horários de acordo com os números finais dos CPFs dos corredores. O local era bem espaçoso e não estava cheio.
Para receber minha camiseta, número de peito e viseira, precisei apresentar o resultado negativo do meu exame de covid-19 — a organização aceitava PCR ou teste de antígeno nasal feitos até 48 horas e antes e também dava a opção, por R$ 69,90, para que os esportistas realizassem seus exames ali. Membros da organização e todos que trabalharam na prova também passaram pelo procedimento.
Com a apresentação do teste, ganhei uma pulseira verde que permitia minha entrada ao evento, mais especificamente às separações por pelotão (grupos que foram divididos conforme o ritmo de corrida). A medida foi efetiva para evitar os "pipocas", corredores sem inscrição que usam da estrutura das provas para anotarem seus quilômetros, e que nesse caso, poderiam oferecer maior risco de transmissão do vírus por não estarem necessariamente testados. Familiares e acompanhantes também não eram admitidos.
Os organizadores nos pediram para esperar em fila, com distância de um metro entre a pessoa da frente. A largada aconteceu na pista expressa da Marginal Pinheiros, por etapas, com 120 pessoas liberadas por vez após o intervalo de aproximadamente um minuto entre os grupos.
O percurso foi minha maior surpresa. A maioria dos participantes seguiu de máscara por todo o caminho — com algumas exceções entre os atletas de elite, que correm muito rápido e buscam o pódio por prêmios, e poucos atletas com a proteção no queixo ou deixando o nariz de fora.
Aqueles que não cumpriam a regra determinada pela organização recebiam um aviso gritado por monitores que percorriam a distância de moto: "Suba a máscara!".
Minha experiência foi bastante positiva e voltaria a correr uma prova se fosse em condições semelhantes. No entanto, a tendência é que com menos vagas e mais gastos das organizações com medidas de segurança, as inscrições se tornem mais caras e menos acessíveis para o público geral.
A organização afirma que todos os participantes serão monitorados durante os próximos 14 dias por meio de questionários online nos quais os atletas poderão relatar sintomas ou informar se testaram positivo para covid-19 e haverá uma retestagem gratuita, mas não souberam informar a data, ou o local, apenas disseram que os participantes serão avisados por e-mail ou Whatsapp.
O objetivo é garantir a segurança epidemiológica. Monitorando os participantes de perto, em teoria, seria mais fácil evitar que possíveis infectados espalhem o vírus para mais pessoas. Veremos como serão as próximas semanas.
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