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Amazonas tem 44 casos de doença da "urina preta"; veja principais sintomas

Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas, em Manaus - Divulgação
Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas, em Manaus Imagem: Divulgação

Do VivaBem*, em São Paulo

31/08/2021 19h37

O estado do Amazonas registrou, desde 21 de agosto, 44 casos de rabdomiólise, associados à Doença de Haff, conhecida como doença da "urina preta". De acordo com a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas, uma pessoa morreu em decorrência da doença.

Os municípios que registram casos são: Itacoatiara (34 casos e um óbito), Silves (quatro casos), Manaus e Parintins (com dois casos cada), Caapiranga e Autazes, com um caso em cada. Do total de pacientes, dez ainda estão internados — todos são de Itacoatiara.

De acordo com o diretor-presidente da fundação, Cristiano Fernandes, está sendo reforçada a investigação epidemiológica dos casos. "Todos os casos notificados podem estar associados à ingestão de peixes. Ainda não há consenso no meio científico sobre a toxina que contamina os pescados. A Vigilância está se concentrando em detectar precocemente os casos e monitorar para que haja o manejo clínico adequado para os pacientes", explica.

Entenda a doença "urina preta"

Sua origem exata ainda é misteriosa, mas pesquisadores encontraram uma unanimidade: todos os pacientes, mesmo fora do Brasil, consumiram algum animal que vive na água, muitas vezes a doce.

Alguns especialistas já levantaram a suspeita de que ela seja causada por uma bactéria, mas isso é considerado pouco provável. A hipótese mais aceita é que a doença seja causada por algum tipo de toxina, ainda não identificada, que contamine o alimento e permaneça ativa no alimento cru ou mesmo depois de ser cozido, frito ou assado.

Quais são os sintomas da doença

Os sintomas da doença de Haff costumam aparecer entre duas e 24 horas após o consumo de peixe ou crustáceos. Além dos incômodos sentidos pelo corpo e a coloração escura da urina, o quadro pode causar insuficiência renal.

Isso acontece pois os músculos, quando lesionados, liberam uma substância chamada mioglobina no sangue, o que pode prejudicar os rins (e também é responsável pelo xixi preto).

As sequelas mais graves só costumam acontecer caso o paciente não tenha cuidado rápido e eficiente. Outras sensações comuns são a falta de ar, dormência e perda da força do corpo.

Exames podem ser pedidos para confirmar o diagnóstico, mas como não se sabe exatamente o que causa a doença, o mais importante será ouvir o histórico dos pacientes. Rara, a recomendação é que um profissional de saúde seja procurado assim que os sintomas surgirem.

Como é feito o tratamento

É realizado com base nas consequências que a doença deixou. Os pacientes geralmente ficam internados e são tratados com reposição de fluidos e suporte intensivo ou semi-intensivo.

Os profissionais de saúde buscam amenizar sintomas como dores, falta de ar e auxiliando a situação dos rins com aparelhos, quando necessário. Se for um quadro leve, os indícios da doença somem em alguns dias, sem a necessidade de internação ou uso de aparelhos médicos. Porém, ainda assim, a avaliação médica é importante.

* Com informações de reportagem publicada no dia 12/07/2021.