Doença da vaca louca: entenda como o quadro surge e ataca o sistema nervoso
Dois casos atípicos da doença da vaca louca identificados no Brasil foram identificados na última semana, mas não representam risco para a cadeia de produção bovina do país, concluiu a OIE (organização Mundial de Saúde Animal).
A conclusão foi divulgada pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), reiterando que os casos identificados em frigoríficos de Belo Horizonte e Nova Canaã do Norte (MT) não representam risco para saúde humana ou animal.
O que é a doença da vaca louca?
A EEB (Encefalopatia Espongiforme Bovina), popularmente conhecida como "doença da vaca louca", é uma enfermidade degenerativa fatal e transmissível do sistema nervoso central de bovinos, com longo período de incubação (demora, em média, 5 anos para que as primeiras manifestações apareçam).
De acordo com cartilha divulgada pelo MAPA, o quadro é caracterizado por sinais de nervosismo, reação exagerada a estímulos externos e dificuldade de locomoção.
A EEB é uma das doenças do grupo das EET (Encefalopatias Espongi-formes Transmissíveis), que são quadros neurodegenerativos que acometem gravemente toda a estrutura do sistema nervoso central.
Estas encefalopatias são causadas pelo acúmulo de uma proteína anormal, que se origina a partir de uma alteração de uma proteína normal do hospedeiro. Ocorrem em muitas espécies e, após a instalação do quadro clínico, é invariavelmente, fatal. "Atualmente não é passível de tratamento específico e é de difícil diagnóstico. Muitas vezes, só é possível identificar um indivíduo com esta doença quando os sinais degenerativos finais começam a manifestar-se com maior evidência", aponta o documento.
A versão humana da doença mais comum hoje em dia é conhecida como Nova Variante da Doença de Creutzfeldt-Jakob (vCJD) e também é letal. Ela está ligada ao consumo de carne contaminada. A doença ataca o cérebro progressivamente, mas pode ficar dormente por décadas.
A doença da vaca louca pode se manifestar de duas formas — a variante clássica e a atípica. A clássica ocorre em bovinos após a ingestão de ração contaminada com príons, enquanto a atípica pode aparecer espontaneamente em todas as populações de gado, como o que foi observado no Brasil.
A versão atípica é considerada de ocorrência "natural e esporádica", ou seja, ela provavelmente sempre está presente em grandes populações de gado, mas em uma proporção muito baixa e só costuma ser identificada quando são adotados procedimentos de vigilância intensiva.
*Com informações da reportagem da BBC, publicada em 6 de setembro de 2021.
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