Lutador russo injetou substância para aumentar bíceps; entenda os riscos
Em seu Instagram, o lutador russo Kirill Tereshin compartilhou um vídeo em que aparece lutando e precisa parar o combate após sentir uma contusão no bíceps. No vídeo, é possível vê-lo colocando a mão no bíceps esquerdo, extremamente inchado, tentando conter o que parece ser um "vazamento" na área.
Conhecido como Popeye, Tereshin ficou famoso na internet justamente por exibir os bíceps aumentados de forma artificial. O lutador, que também é ex-soldado, já admitiu que injetou óleo de synthol para criar uma imagem artificial de força. A substância, no entanto, provoca deformação e fibrose muscular, podendo levar até à necrose dos tecidos.
Esta não é a primeira vez que Tereshin vira notícia por causa de seus bíceps. Em 2019, ele apareceu no tabloide britânico The Sun após se submeter a uma cirurgia para remover tecido cicatricial e restos sólidos de óleo dos braços. À época, o cirurgião afirmou que a substância injetada era vaselina e que ele poderia perder os braços e até morrer se não se passasse pelo procedimento.
Quais os riscos desse tipo de injeção?
O óleo de synthol é uma espécie de óleo mineral usado por alguns fisiculturistas para criar uma falsa impressão de músculos desenvolvidos. No entanto, o efeito é mesmo apenas visual. "Essa injeção não confere mais força à musculatura", afirma Diego Leite de Barros, fisiologista do Hospital do Coração - HCor e diretor executivo da DLB Assessoria Esportiva. "Ao contrário, além de prejudicar o músculo, o peso dela faz com que o corpo perca equilíbrio e mobilidade", alerta.
A injeção do óleo também provoca um efeito cumulativo, já que a substância não é absorvida pelo corpo. "Com isso, ocorre uma reação inflamatória que também acaba aumentando o volume muscular", diz Fabrício Buzatto, médico do esporte e fisiatra do Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Espirito Santo.
No entanto, a presença desse corpo estranho no organismo pode provocar problemas como dores crônicas, febre, inflamação e até infecção generalizada, além da necrose (morte) do tecido muscular. Nesses casos, é preciso remover o tecido e, como o óleo acaba penetrando de forma profunda no músculo, ele precisa ser retirado também.
Outros efeitos adversos incluem risco de embolia pulmonar e problemas vasculares, além de danos aos nervos e perda de sensibilidade. Há ainda grandes chances do óleo se acumular e criar cistos volumosos, criando um "efeito granulado" e deformando o corpo.
Lesões chocantes
Em março deste ano, o fisiculturista britânico Ryan Crowley, 23 "estourou" a musculatura do peitoral enquanto fazia supino em uma academia. O vídeo chamou a atenção nas redes sociais e provocou arrepios em muita gente.
A lesão de Crowley, no entanto, é diferente da que aconteceu com o lutador russo. "O atleta britânico certamente sentiu muito mais dor pois houve um rompimento das fibras musculares", avalia Barros. "Já o russo teve uma lesão em que o líquido parece escorrer, não houve rompimento do tecido", avalia.
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