Covid-19: manter paciente internado de bruços reduz risco de intubação
Colocar de bruços os pacientes hospitalizados com quadro grave de covid-19 pode reduzir a necessidade de intubação, mostra um estudo publicado no periódico The Lancet Respiratory Medicine.
A pesquisa, conduzida por estudiosos dos Estados Unidos, México, França, Canadá, Irlanda e Espanha, acompanhou 1.100 pacientes internados que necessitaram de suporte de oxigênio com cânula nasal de alto fluxo. Os participantes foram divididos aleatoriamente em dois grupos: um foi mantido na posição padrão (supino) e o outro foi colocado de bruços (prono).
A análise mostrou que o grupo que ficou de bruços teve 33% de probabilidade de necessitar de ventilação mecânica, ante 40% dos participantes da outra turma.
De acordo com os pesquisadores, quando o paciente está deitado de barriga para baixo, as estruturas do coração não pesam sobre os pulmões. Portanto, as áreas pulmonares ficam menos pressionadas.
"Quando as pessoas com problemas graves de oxigenação estão deitadas de bruços, garantem um melhor fluxo sanguíneo e de ventilação nos pulmões, o que melhora os níveis de oxigênio", explicaram os pesquisadores, em um comunicado para a imprensa. Eles recomendam que o paciente permaneça na posição por pelo menos oito horas por dia.
A pronação foi recomendada em março do ano passado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para casos graves de covid-19. A técnica é utilizada há anos em cuidados intensivos de pacientes intubados. No entanto, esse novo estudo multinacional traz evidências clínicas que asseguram os benefícios da conduta na redução do risco de intubação, e com foco no coronavírus.
Outro efeito positivo de evitar a ventilação mecânica é a liberação do respirador para pacientes em estado ainda mais crítica. A adoção da pronação deve ser realizada em ambiente hospitalar por uma equipe multidisciplinar, que inclui médico, fisioterapeuta, enfermeiro e outros profissionais. Tudo para garantir a segurança da manobra — que não deve ser realizada por indivíduos sem treinamento.
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