Fique atento: estudo diz que estresse aumenta o risco de doenças cardíacas
Um novo estudo mostrou que altos níveis de hormônios do estresse são fatores de risco para o desenvolvimento de hipertensão. A pesquisa foi publicada na segunda-feira (13), na revista Hypertension.
Segundo os cientistas, os adultos com pressão arterial normal, mas com níveis elevados de estresse são mais propensos a desenvolver pressão alta em seis a sete anos, em relação àqueles com níveis mais baixos.
"Os hormônios do estresse norepinefrina, epinefrina, dopamina e cortisol podem aumentar com o estresse de eventos da vida, trabalho, relacionamentos, finanças e muito mais", disse o autor do estudo Kosuke Inoue, professor assistente de epidemiologia social na Universidade de Kyoto, no Japão, ao MedicineNet.
Segundo ele, embora todos esses hormônios sejam produzidos na glândula adrenal, eles têm diferentes funções e mecanismos para influenciar o sistema cardiovascular. Por isso é importante estudar sua relação com hipertensão e eventos cardiovasculares, individualmente.
"Pesquisas anteriores se concentraram na relação entre os níveis de hormônio do estresse e hipertensão ou eventos cardiovasculares em pacientes com hipertensão já existente. No entanto, faltaram estudos em adultos sem hipertensão", explicou Inoue, que também é afiliado à Fielding School of Public Health da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, em um comunicado à imprensa.
Como foi feito o estudo
- Participaram da pesquisa 412 pessoas, com idade entre 48 e 87 anos e que já haviam sido voluntários de um estudo maior sobre aterosclerose;
- Os participantes foram acompanhados durante 11,2 anos, até junho de 2018. Durante esse tempo, os pesquisadores avaliaram o desenvolvimento de hipertensão e outros problemas cardiovasculares, além de dores no peito e necessidade de cirurgia;
- Os pesquisadores analisaram os níveis de norepinefrina, epinefrina, dopamina e cortisol. Os três primeiros estão relacionados ao sistema nervoso autônomo, que regula a frequência cardíaca, a pressão arterial e a respiração. O cortisol já é popularmente conhecido como o hormônio do estresse.
Quais foram os resultados?
Ao longo de um período de acompanhamento de aproximadamente 6,5 anos, cada duplicação dos quatro níveis de hormônio do estresse estavam associados a um aumento de 21% a 31% no risco de desenvolver pressão alta.
Já em uma média de 11 anos, cada duplicação dos níveis de cortisol foi associada a um aumento de 90% no risco de problemas cardíacos ou derrame.
Por que esse estudo é importante?
Entender até que ponto o estresse prejudica a saúde é essencial para prevenir e controlar o surgimento de possíveis doenças cardiovasculares.
Além disso, entender os mecanismos dos hormônios do estresse também ajuda no tratamento de pacientes que já desenvolveram problemas.
"É importante examinar o impacto do estresse em adultos na população em geral, pois fornece novas informações sobre se a medição de rotina dos hormônios do estresse deve ser considerada para prevenir hipertensão e doenças cardiovasculares", alerta Inoue.
Por outro lado, os autores reconheceram algumas limitações do estudo, como não incluir pessoas que já tinham pressão alta e não utilizar diferentes testes para medir os hormônios do estresse.
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