CoronaVac gera proteção acima de 90% em quem tem comorbidade, sugere estudo
Em um estudo preliminar realizado em Manaus por cientistas da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), a CoronaVac foi capaz de proporcionar proteção superior a 90% contra a covid-19 em pessoas com comorbidades, como obesidade, diabetes, pressão alta e imunossupressão.
Divulgada nesta quarta-feira (15), a pesquisa analisou 5 mil profissionais de educação e da segurança pública da rede estadual da capital amazonense, com idade entre 18 e 49 anos, para entender se a aplicação da vacina do Instituto Butantan em quem tem comorbidade é eficaz para prevenir formas graves da doença provocada pelo coronavírus.
Até agora, do total de voluntários vacinados, somente 2,6% tiveram infecções causadas pelo SARS-CoV-2. O índice de hospitalizações pela doença foi de 0,1%, e o de admissões em UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) foi de 0,04%. Um óbito foi confirmado, configurando uma porcentagem de 0,02% da amostra.
Com isso, o estudo CovacManaus concluiu que a efetividade da CoronaVac em pessoas com comorbidade foi superior a 97% contra infecções, hospitalizações, internações em UTI e mortes. Outro indicador relevante é que, entre os vacinados, 91% apresentaram anticorpos detectáveis após tomarem a 1ª dose, e 99,8% após a 2ª dose.
Entre as principais comorbidades apresentadas pelos voluntários do estudo estão obesidade (72%), diabetes (54%), hipertensão arterial (36%) e imunossupressão (27%). Para a equipe de pesquisadores, os dados são positivos e reforçam a importância da imunização em todas a população para prevenir óbitos, especialmente em quem tem comorbidades, já que o risco de morte por covid-19 é maior nesse grupo.
"Esperávamos uma quantidade maior de infectados, hospitalizados e óbitos entre esses mais de 5 mil participantes", destaca o médico infectologista da FMT-HVD (Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado), especialista em saúde pública do ILMD/Fiocruz Amazônia (Instituto Leônidas & Maria Deane) e coordenador da pesquisa, Marcus Lacerda.
O estudo já finalizou seis meses de acompanhamento e agora entra na fase de monitoramento. De acordo com Lacerda, as próximas etapas consistem na coleta de exames, conforme agendamento, e ajudarão a entender, por exemplo, se há a necessidade de fazer reforço vacinal.
Também coordena a pesquisa a médica infectologista da FMT-HVD e pró-reitora de pesquisa e pós-graduação da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Maria Paula Mourão.
O estudo conta com financiamento da Fapeam (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas), doação das vacinas pelo Instituto Butantan e parceria da UEA, das secretarias estaduais de Saúde, de Educação e Desporto e de Segurança Pública, da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas, do ILMD/Fiocruz Amazônia e da Prefeitura de Manaus.
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