'Fiz dietas a vida toda e consegui perder 40 kg quando adotei o jejum'
Camilla Leite de Andrade, 33, tornou-se obesa ainda criança e fez sua primeira dieta com 9 anos. Após mais de 20 anos tentando emagrecer, ela percebeu que precisava mudar hábitos de vez quando ultrapassou os 100 kg e perdeu qualidade de vida. A seguir, ela conta como chegou ao peso saudável em 8 meses:
"Eu fiquei com excesso de peso ainda na infância e faço dieta desde que me entendo por gente. Meu 1º processo de emagrecimento foi aos 9 anos, quando já estava obesa. Mudei a alimentação e tomei remédio para perder peso, com acompanhamento de um endocrinologista. Até cheguei a emagrecer, mas depois engordei tudo novamente.
No Brasil, a Anvisa só autoriza o uso pediátrico de medicamento contra a obesidade a partir dos 12 anos.
Hoje, consigo entender o quanto esse processo foi prejudicial para mim. Olhando para trás, eu nem era tão gorda assim e sempre fui uma criança saudável e ativa, fazia ballet, natação e outros esportes.
Mas minha família era gordofóbica e se preocupava muito com a questão estética. Faziam várias piadinhas com meu peso. Essa imposição deles de que eu precisava emagrecer foi prejudicial para a minha adolescência e vida adulta. Nunca tive uma boa relação com a comida e sofri sérios problemas alimentares. Sempre fui obesa e vivia lutando para ser magra e me encaixar no padrão.
Em 2018, quando casei, comecei a engordar descontroladamente. Só comia o que queria (coisas nada saudáveis) e ultrapassei os 100 kg —muito peso para mim, que tenho 1,46 m de altura. Não conseguia mais fazer mais nada! Ficava sem fôlego ao subir uma escada, andar para pegar um ônibus...
Algumas situações fizeram a minha ficha cair e perceber o quanto o excesso de peso afetava minha qualidade de vida. Uma delas foi um dia em que estava com frio e fui colocar o moletom do meu marido, que antes ficava imenso em mim. Quando o vesti, estava apertado. Fui tirar uma foto e tomei um susto, pois não me reconheci. Eu me alimentava mal, vivia doente, não conseguia fazer várias coisas e nem achava o que vestir.
Juntei tudo isso que incomodava e tomei coragem. Na minha opinião, o processo de emagrecimento precisa de coragem para a gente deixar de comer certas coisas que gostamos muito, para começar a praticar exercício todos os dias e para dizer não para a preguiça.
A motivação dever ser algo diário, não dá para 'vesti-la' só um dia e ok. É degrau por degrau e precisa haver constância. Sabia que ia ser difícil, mas encontrei motivação para não desistir e, quando pensava em desistir, olhava para aquela foto
Todas as vezes que busquei orientação médica para emagrecer, recebi a recomendação de fazer cirurgia bariátrica. Mas eu não queria passar por uma operação e comecei a pesquisar sobre emagrecimento saudável. Foi aí que conheci o jejum intermitente e vi que essa ferramenta poderia funcionar para mim.
Consultei-me com uma médica que é a favor do jejum. Ela me orientou sobre a prática e também sobre o que eu deveria mudar no cardápio, pois não adianta nada fazer jejum e continuar comendo besteiras na janela de alimentação. Por mais que eu já soubesse tudo que tinha de deixar de ingerir para emagrecer, ter acompanhamento médico foi muito importante para perder peso sem colocar minha saúde em risco.
Cortei frituras, fast-food, produtos ultraprocessados, carboidratos refinados, doces e o açúcar branco, que usava muito no café e em várias receitas. Não foi fácil deixar de comer sobremesas. Muitas vezes, chorava de vontade de um docinho.
Dar o 1º passo para mudar a alimentação foi muito difícil e vou dizer a verdade: até hoje não é simples resistir a comidas não saudáveis. Comer besteira é muito mais fácil do que aprender a comer corretamente. O que me ajudou muito foi pensar no meu corpo como um bem. Quando você compra algo caro, você não quer dê problema, por isso você cuida. Então eu usava a mesma lógica. Buscava me alimentar bem para cuidar de mim mesma e não ter problemas!
Quando tinha vontade de comer um salgadinho, pensava que ele não me traria nenhum benefício e buscava algo saudável que eu gostasse. Assim, sai da 'dependência' de consumir fritura, salgadinhos e outras besteiras. Depois do 1º mês, meu paladar já começou a se acostumar com as coisas saudáveis e passei a ter mais prazer na hora de comer.
Como falei, o jejum me ajudou muito nesse processo de conscientização alimentar. A adaptação foi bem gradativa pois, de início, só de pensar que ia ficar algum tempo sem comer já me dava fome.
Comecei com períodos mais curtos de jejum, de 12 horas, apenas três vezes na semana. Quando me acostumei, passei a fazer o jejum diariamente e depois aumentei o tempo para 14 a 18 horas.
É comum ler que pessoas que fazem passam a sentir menos fome, mas confesso que isso só aconteceu comigo após uns cinco meses de processo. Mas nunca sofri com dores de cabeça ou outros efeitos que alguns alertam que pode ocorrer com o jejum. Ter adotado a ferramenta como estilo de vida foi muito positivo. Mas claro que o mais importante para emagrecer foi a reeducação alimentar.
A atividade física também entrou de vez na minha vida. Sempre gostei de fazer exercícios mas, conforme fui engordando, eu me sentia incapaz e aí acabei parando totalmente.
No processo de emagrecimento, passei a caminhar na rua, a correr e a praticar atividades em casa, pois nunca gostei de academia. Gostava de ter liberdade para treinar quando quisesse e sem ninguém me enchendo o saco.
Comecei com dois a três treinos por semana. No início, sentia muitas dores nos pés e no quadril. Depois do segundo mês de emagrecimento, quando já tinha eliminado quase 18 kg, comecei a fazer exercícios todos os dias.
Ao todo, emagreci 40 kg em oito meses e faz quase um ano e meio que estou mantendo o que emagreci. Não cheguei a alcançar o peso que almejava, que era 52 kg. Mas nunca tive a pretensão de ser magrela ou modelo fitness. O mais importante para mim era ter um peso saudável. Consegui isso e minha saúde e qualidade de vida melhoraram muito.
A atividade física, a boa alimentação e o jejum entraram de vez na minha vida e são coisas que pretendo manter para sempre. Hoje, faço exercícios seis vezes por semana e adoro treinos HIIT (treino intervalado de alta intensidade), que são mais curtos.
Mantenho uma dieta saudável e tenho duas refeições livres na semana. Nelas, muitas vezes prefiro comer uma salada com frango para poder caprichar na sobremesa depois, de tanto que gosto de doce.
Vivemos em um mundo gordofóbico e algo que me ajudou muito nessa jornada de emagrecimento foi contar meu processo no Instagram @camis_vidafit. Compartilhar minha mudança de hábitos me fez ver que eu não estava sozinha e que várias pessoas passam por dificuldades parecidas ao encarar esse desafio.
Quer emagrecer? Receba um plano gratuito com treino e dieta em seu email
Você quer mudar hábitos, começar a praticar exercícios, ter uma alimentação mais saudável e emagrecer? O VivaBem preparou uma série de newsletters com um programa de treino e uma dieta para perder peso (neste link tem a caixa para você se cadastrar para recebê-las). Ao assinar a newsletter do #ProjetoVivaBem, você vai receber em seu email, ao longo de 12 semanas, um plano completo e gratuito com exercícios, cardápios e dicas para mudar o estilo de vida, que ajudarão a alcançar o objetivo de eliminar gordura corporal, ganhar músculos e, principalmente, adotar hábitos mais saudáveis. Siga nosso programa e compartilhe seu novo dia a dia mais saudável e seus resultados nas redes sociais com a #ProjetoVivabem.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.