Ceará revisa 12 mil casos de covid e derruba novos registros no Brasil
O Brasil registrou um número negativo de novos casos de covid hoje depois que o Ceará fez uma revisão de mais de 12 mil diagnósticos. Com isso, os números de casos do país foram reduzidos em -2.389. Os dados foram obtidos pelo consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte, junto às secretarias estaduais de saúde.
Em nota, a Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa) justificou como causa da redução de 12.028 diagnósticos as "melhorias no processo de consolidação das informações do IntegraSUS".
"Com isso, foram corrigidos alguns processos de extração, tratamento e limpeza na base de dados. A Sesa informa também que as mudanças poderão influenciar nos quantitativos gerais nos próximos dias", finaliza.
O Brasil passou, então, a totalizar 21.234.372 diagnósticos de coronavírus desde o início da pandemia. A redução ocorre dois dias após uma explosão nos números de diagnósticos causados por uma inserção de 92.614 casos retroativos no Rio de Janeiro.
Uma semana de média acima de 500
Além disso, o Brasil registrou hoje 248 mortes de covid-19, elevando o total para mais de 591 mil. Ao todo já são 591.034 óbitos decorrentes da doença no país.
Em média, 557 pessoas morreram pela doença nos últimos sete dias, o que indica uma tendência de estabilidade de 6% na comparação com 14 dias atrás. Já são sete dias consecutivos que esse índice está acima de 500, depois de haver passado seis dias abaixo dele.
A média móvel é o melhor indicador para analisar a pandemia, pois corrige as flutuações nos dados das secretarias de saúde que ocorrem aos fins de semana e feriados. A média dos últimos sete dias é comparada com o mesmo índice de 14 dias atrás. Se ficar abaixo de -15%, indica tendência de queda; acima de 15%, aceleração; entre esses dois valores, estabilidade.
Os estados do Acre, Ceará, Roraima e Sergipe não tiveram nenhum óbito desde as 20h de ontem. O Acre também não registrou novos casos nas últimas 24 horas.
São Paulo registrou apenas cinco mortes nas últimas 24 horas devido a uma instabilidade no programa de registros. Em nota, a secretaria disse que notificou o Ministério da Saúde sobre o problema, mas ainda não recebeu retorno.
Seis estados apresentaram tendência de aceleração na média móvel de mortes, enquanto 11 tiveram estabilidade. Nove e o Distrito Federal tiveram queda.
Das regiões, apenas o Nordeste teve queda, com -18%. As demais tiveram estabilidade: Centro-Oeste (-11%), Norte (6%), Sudeste (13%) e Sul (10%).
Veja a situação por estado e no Distrito Federal
Região Sudeste
- Espírito Santo: alta (22%)
- Minas Gerais: estável (-3%)
- Rio de Janeiro: alta (21%)
- São Paulo: estável (-11%)
Região Norte
- Acre: estável (0%)
- Amazonas: estável (-10%)
- Amapá: alta (33%)
- Pará: estável (0%)
- Rondônia: queda (-50%)
- Roraima: alta (60%)
- Tocantins: alta (29%)
Região Nordeste
- Alagoas: queda (-18%)
- Bahia: alta (26%)
- Ceará: queda (-58%)
- Maranhão: queda (-29%)
- Paraíba: estável (-9%)
- Pernambuco: queda (-27%)
- Piauí: queda (-56%)
- Rio Grande do Norte: estável (5%)
- Sergipe: queda (-78%)
Região Centro-Oeste
- Distrito Federal: queda (-25%)
- Goiás: estável (8%)
- Mato Grosso: queda (-21%)
- Mato Grosso do Sul: queda (-41%)
Região Sul
- Paraná: estável (15%)
- Rio Grande do Sul: estável (-4%)
- Santa Catarina: estável (13%)
Dados do Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde divulgou hoje que o Brasil registrou 203 novas mortes provocadas pela covid-19 nas últimas 24 horas. Desde o início da pandemia, a doença causou 590.955 óbitos em todo o país.
Pelos números do ministério, houve 7.884 casos confirmados de covid-19 no Brasil entre ontem e hoje, elevando o total de infectados para 21.247.667 desde março de 2020.
De acordo com o governo federal, houve 20.230.891 casos recuperados da doença até o momento, com outros 425.821 em acompanhamento.
Veículos se unem pela informação
Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de saúde das 27 unidades da federação.
O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.
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