Por que a maioria das pessoas precisa suplementar a vitamina D?
Parece que de uns tempos para cá todo mundo começou a falar que estava com deficiência de vitamina D. Mas será que a maioria das pessoas realmente precisa repor o nutriente?
De acordo com o nutrólogo Carlos Alberto Nogueira de Almeida, professor da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) e diretor da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia), é difícil encontrar alguém que, de fato, não precise da suplementação de vitamina D —o que é completamente diferente de fazer seu uso indiscriminado.
O problema é que a principal fonte desse nutriente é a exposição à luz dos raios ultravioletas (UV) do Sol. Como passamos muito tempo em locais fechados, principalmente neste momento de pandemia, por causa do isolamento social, a reposição se faz necessária.
"Vamos começar pela indicação principal, os indivíduos com exposição solar limitada. Quem hoje em dia se expõe ao sol? Trabalhamos em locais fechados e fazemos exercícios em academias ou dentro de casa", disse ele, durante o XXV Congresso Brasileiro de Nutrologia, que começou nesta quinta-feira (23). "Quando se expõe ao sol, a pessoa fala: 'mas domingo vou na piscina', e passa protetor solar —e ninguém discute a importância disso. Mas o fato é que nossa exposição solar é muito baixa."
Almeida afirma que, só por esse critério, seria possível enquadrar "quase todas as pessoas" no grupo de risco de deficiência da vitamina D. O nutrólogo também citou outros exemplos, como as pessoas com obesidade.
"Temos os idosos também, especialmente com mais de 60 anos, os pacientes que fizeram cirurgia bariátrica, indivíduos com doenças que causam má absorção, pessoas com osteoporose, mulheres gestantes ou amamentando, pacientes com diabetes ou com câncer", disse o médico, citando mais situações, como atletas de alta performance, pessoas com doenças autoimune e indivíduos com resistência à insulina.
Para o nutrólogo, é uma situação preocupante e que merece atenção. A deficiência da vitamina D pode causar diversos problemas de saúde, como raquitismo e osteoporose, além do aumento de infecções. No entanto, é preciso ficar claro que essa reposição deve ser feita com indicação de especialistas e nunca por conta própria. Isso tudo para evitar problemas causados pelo excesso de vitamina D.
"As vitaminas lipossolúveis, como é a vitamina D, têm riscos de intoxicação, de maneira que eu preciso ficar atento a isso e ver se, de fato, esse paciente vai se beneficiar", explica. "O ideal é ter a dosagem laboratorial, mas, se não, é necessário pelo menos configurar se esse paciente é grupo de risco."
Os benefícios da vitamina D
O nutriente é bem conhecido por seu papel de permitir que o cálcio dos alimentos seja absorvido no intestino, mas também auxilia na saúde muscular, cardíaca e cerebral. Atualmente, por conta da covid-19, muito se falou do papel imunomodulador dela.
"Alguns nutrientes podem estimular a imunidade e outros diminuem, mas a vitamina D tem esse papel de fazer um balanço da imunidade. Ela estimula quando precisa e dá uma freada no sistema imune quando é necessário", diz o nutrólogo.
Segundo ele, ela é uma substância com uma série de funções ao organismo, por isso é fácil imaginar que, se estiver faltando, teremos problemas em diferentes áreas do corpo.
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