Ela descobriu tumor no tórax com tomografia feita após pegar covid-19
No início de abril, Andressa Taura, seu marido e sua filha de 12 anos foram infectados pelo Sars-CoV-2 após um encontro com um amigo.
Com sintomas como mal-estar, febre e cansaço, ela ficou em casa cuidando da filha enquanto o marido precisou ser internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Embora tenham sido dias difíceis, toda a família se recuperou bem da doença e seguiu com acompanhamento médico para detectar possíveis sequelas.
Para Andressa, o médico pediu uma tomografia para saber se a covid-19 havia afetado seus pulmões. O resultado apontou um comprometimento de 25% dos órgãos, mas essa não foi a maior surpresa. O exame também identificou um tumor na região do tórax.
Pelas características do tumor exibidas na imagem —bordas simétricas, arredondadas, sem aparentar invadir as estruturas ao redor— a suspeita era de um quadro benigno, mas a confirmação só veio após a retirada e biópsia da massa.
Tratava-se de um tumor de mediastino posterior (na vértebra torácica) do tipo Schwannomana. Também conhecido por neurinoma ou neurilemoma, esse tumor afeta as células de Schwann localizadas no sistema nervoso periférico ou central.
"Fiquei muito surpresa, não sentia dor ou qualquer outro sintoma. Me senti grata por ter descoberto logo, mas estava bem ansiosa com a cirurgia, tanto que adiei um pouco, enquanto meu marido estava fazendo fisioterapia para se recuperar completamente da covid-19, e só marquei para fazer o procedimento no final de julho", diz Andressa.
Ainda que não causasse desconforto e fosse benigno, com o passar do tempo, o tumor poderia causar problemas. "A decisão de retirada foi tomada por ele aumentar de tamanho com o passar do tempo. Quando isso acontece, a massa vai fazendo compressão das estruturas ao redor, tornando a cirurgia mais difícil e podendo chegar à medula espinhal e causar paralisia", explica Liu Estradioto, cirurgião torácico no Hospital Marcelino Champagnat, em Curitiba, que realizou a cirurgia de Andressa.
Como a cirurgia foi feita
O procedimento para a retirada do tumor ocorreu por meio de uma plataforma de cirurgia robótica, técnica que segue o mesmo princípio da cirurgia por vídeo: uma pequena câmera é colocada dentro da paciente e os médicos conseguem olhar as imagens por uma tela.
A diferença é que a tecnologia permite que o cirurgião fique afastado da mesa onde a paciente se deita. "Fico sentado no equipamento e faço os comandos por meio de controladores, que resultam no movimento das pinças de cirurgia robóticas que estão na paciente", esclarece Estradioto.
As imagens também facilitam o trabalho dos médicos, já que a câmera fornece imagens em 3D, possibilitando observar mais detalhes nos tecidos e vasos sanguíneos.
A cirurgia é considerada minimamente invasiva, o que também ajudou a paciente a se recuperar mais rápido —Andressa teve alta depois de dois dias. De acordo com Estradioto, quando é necessário abrir o local, a cicatrização causa mais dor e limitações para os pacientes após a cirurgia.
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