Medicamento em estudo na Fiocruz será complemento à vacina, diz Dalcolmo
A pneumologista e pesquisadora da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Margareth Dalcolmo, explicou que o o medicamento Molnupiravir, fabricado pela farmacêutica americana MSD, será um "complemento à vacina". O remédio é uma esperança de tratamento profilático.
"O medicamento não substitui a vacinação. Nós vamos testar em pessoas não vacinadas ainda, por razões metodológicas. Mas ele será, no futuro, um complemento à vacina", explicou, em entrevista à rede de televisão CNN Brasil.
A Fiocruz participará, juntamente a outros centros de pesquisa brasileiros, do estudo internacional de fase 3 sobre a medicação. Ao todo, serão sete lugares no Brasil, sendo dois da Fiocruz no Mato Grosso do Sul e no Rio de Janeiro. A pesquisa acontece, também, no Amazonas, Rio Grande do Sul e São Paulo.
Segundo Margareth Dalcolmo, o tratamento poderá ser o "verdadeiro tratamento precoce" caso tenha os resultados esperados. Isso porque, será usado como profilaxia para evitar que aqueles que tiverem contato com contaminados adoeçam.
"Nós vamos tratar as pessoas que vivem com aquela [diagnosticada e com teste positivo para covid-19] na mesma casa, durante 5 dias, tomando remédio uma vez a cada 12 horas. Então é um tratamento profilático, impedindo que a pessoa adoeça. O que seria uma coisa extraordinária", disse.
De acordo com a médica e pesquisadora, o remédio já teve resultados positivos nas fases anteriores. Conforme explicou, o Molnupiravir já foi, inclusive, testado em um estudo menor de fase 3. A pesquisa, no entanto, foi interrompida porque "a diferença entre a ocorrência de doença entre os que usaram o medicamento e os que usaram placebo foi imensa, de 90%".
Resultados em seis meses
Dalcolmo explicou que os voluntários do estudo serão acompanhados durante um mês, e passarão por exames. Por isso, a expectativa é de que os resultados definitivos devem ser obtidos em até seis meses.
No entanto, a pesquisadora lembrou que, para ser aprovado, o medicamento precisa passar pelos testes e ter os resultados analisados por pares, além de ter o estudo publicado em revista científica de grande confiabilidade.
Depois, o laboratório ainda precisa pedir o registro nas agências regulatórias, como a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para poder ser usado no Brasil.
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