Sputnik Light tem 70% de eficácia contra variante delta, diz fundo russo
O Fundo Russo de Investimento Direto e o Instituto de Pesquisas Gamaleya de Epidemiologia e Microbiologia (que faz parte do Ministério da Saúde da Rússia) anunciaram hoje que a Sputnik Light, vacina de dose única contra a covid-19, tem 70% de eficácia contra a variante delta durante os três primeiros meses após a vacinação.
Já em pessoas com menos de 60 anos, a eficácia sobe para 75%. O imunizante tem autorização para ser aplicado em 15 países, segundo o fundo russo — o Brasil não está nesta lista.
Um artigo com os resultados da análise da eficácia do imunizante contra a variante foi enviado ao portal de preprints (nome dado aos artigos antes da revisão técnica de artigos científicos) na área da medicina MedRxiv para publicação nesta semana.
A análise foi conduzida com base em dados de 28 mil participantes que receberam uma dose do imunizante, em comparação com um grupo de controle de 5,6 milhões de indivíduos que não foram vacinados. Os dados usados no estudo foram coletados em julho deste ano em Moscou, na Rússia.
O Fundo Russo também disse que a eficácia da Sputnik Light como reforço contra a variante delta combinada com outras vacinas será próxima da eficácia Sputnik V (de duas doses): mais de 83% contra infecção e mais de 94% contra hospitalização.
Reforço para outras vacinas
Segundo dados apresentados na coletiva de hoje, a Sputnik Light também é um reforço universal para vacinas produzidas por outros fabricantes. Dados de estudos clínicos na Argentina demonstraram segurança e imunogenicidade (capacidade que uma vacina tem de gerar uma resposta imune e fazer com que uma pessoa fique protegida) do imunizante administrado como injeção de reforço para outras vacinas.
"A Light vai servir tanto quanto vacinação de uma aplicação só como também como reforço para outras vacinas ", disse o diretor do Instituto Gamaleya, Alexander Gintsburg.
Tecnologia de "vetor viral"
Também chamada de Gam-COVID-Vac, a Sputnik Light utiliza a tecnologia chamada de vetor viral não replicante. Nela, é utilizado um outro "vírus vivo", mas debilitado, que não tem capacidade de se replicar no organismo humano ou prejudicar a saúde.
No caso da Sputnik V, são usados dois subtipos de adenovírus humano: o sorotipo 26 (Ad26) na primeira dose e o sorotipo 5 (Ad5) na segunda dose. A Sputnik Light, portanto, utiliza apenas o primeiro sorotipo, já que o regime de aplicação é de dose única.
Nessa tecnologia, o adenovírus é modificado por meio de engenharia genética para passar a carregar em si as instruções para a produção da proteína S do Sars-CoV-2. Ao entrar nas células, o adenovírus faz com que elas passem a produzir essa proteína e a exiba em sua superfície, o que é detectado pelo sistema imune, que cria formas de combater o invasor e cria uma resposta protetora contra uma infecção.
Com informações da agência Reuters e de reportagem de Danielle Sanches, do VivaBem, em São Paulo
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