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InCor pede à Anvisa autorização para testar vacina em spray contra covid-19

A previsão é de que os testes sejam iniciados em janeiro de 2022, com a participação de 280 voluntários - Matt Turner/iStock
A previsão é de que os testes sejam iniciados em janeiro de 2022, com a participação de 280 voluntários Imagem: Matt Turner/iStock

Do UOL, em São Paulo

21/10/2021 18h31

O InCor (Instituto do Coração) de São Paulo entrou hoje com um pedido de autorização na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para a realização de testes clínicos da vacina em spray nasal contra a covid-19. Os estudos são de fases I e II.

Com a pesquisa, será possível verificar tanto a imunogenicidade - que é a capacidade do imunizante de gerar resposta imune -, quanto a segurança. Também é o estudo que permite definir o melhor esquema de vacinação, se com uma ou duas doses, bem como do período certo de aplicação entre uma e outra.

Segundo o InCor, os testes mostraram que os animais imunizados com a fórmula produzida por eles apresentam "altos níveis de anticorpos IgA e IgG" e resposta celular protetora.

"Estamos esperançosos nos resultados clínicos desta vacina em spray, pois todos os testes que nos propomos a fazer têm nos mostrados importantes conquistas no combate ao vírus", afirmou o pesquisador chefe do estudo, Dr. Jorge Kalil, diretor do Laboratório de Imunologia do InCor e professor Titular da FMUSP (Faculdade de Medicina da USP).

A previsão é de que os testes sejam iniciados em janeiro de 2022. As duas primeiras fases da etapa clínica terão duração de até três meses. O estudo terá a participação de 280 voluntários, que serão divididos em sete grupos.

Imunizante em spray

O Instituto ressalta que este é um projeto inédito no país. Tanto pela forma de administração, já que atualmente todas as vacinas disponíveis no Brasil são em forma de injeção, como também pelo modelo usado para produção.

Conforme explicou o InCor, o formato em spray ajuda a combater o coronavírus já no local mais importante da infecção, que são as vias aéreas. A ideia é que o imunizante fortaleça a resposta imune de toda a região, de forma a "a evitar a cadeia de infecção do indivíduo, desenvolvimento da doença e transmissão para outras pessoas".

"Diferente das vacinas atuais, que usam a proteína spike para induzir a resposta imune do
organismo, a vacina do InCor utiliza peptídios sequenciais (biomoléculas formadas pela ligação
de dois ou mais aminoácidos) derivados de proteínas que compõe o vírus", explica o InCor.

O desenvolvimento do imunizante, realizado pelo Laboratório de Imunologia do InCor, conta com a parceria da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e da USP (Universidade de São Paulo).