'Tive compulsão após meu pai morrer e perdi 40 kg ao parar de furar dieta'
Laura Silva, 20, começou a engordar ainda na infância. Com compulsão alimentar, ela fez dietas várias vezes, mas sempre recuperou os quilos perdidos. Aos 19 anos e pesando 91 kg, ela começou a ter dificuldade para amarrar o tênis por causa da obesidade e decidiu que iria levar a boa alimentação a sério para emagrecer. A seguir, Laura conta como conseguiu chegar a 51 kg:
"Sempre fui uma criança com sobrepeso. Depois que meu pai faleceu, entrei em depressão e comecei a descontar a tristeza na comida. Passava o dia inteiro dentro do quarto chorando e, aos 10 anos, desenvolvi compulsão alimentar. A partir daí, engordei ainda mais.
Na adolescência, era uma das alunas mais gordas da escola e sempre usava casacos e roupas largas, para 'esconder o peso'. Ficava muito triste com isso e tentei emagrecer várias vezes. Fui em muitos nutricionistas, mas nunca deu certo. Algumas vezes porque as dietas eram restritivas demais e me proibiam de comer coisas que eu gostava, então não conseguia mantê-las por muito tempo. Em outras, o cardápio tinha alimentos e ingredientes caros demais, que eu não tinha condições de comprar, e aí eu desistia.
Depois que comecei a namorar, engordei ainda mais porque na casa do meu namorado havia muita comida. Vivia no efeito sanfona: fazia dieta, secava 10 kg e depois engordava 12 kg. Tinha vários episódios de compulsão quando estava muito ansiosa. Ficava na frente da TV assistindo a uma série e comia muito doce, até ficar com desconforto abdominal —e depois rolava aquela frustração e sentimento de culpa.
Muitas pessoas da minha família eram obesas e por conta disso tinham doenças como diabetes e pressão alta. Comecei a perceber que o excesso de peso estava acabando com a minha saúde. Ficava cansada só de amarrar o tênis. Além disso, meu comportamento alimentar estava atrapalhando minha saúde financeira. Eu comprava muita, muita comida. Passava tudo no cartão de crédito e depois tinha que me virar para pagar. No almoço, por exemplo, comia três pratos, mais do que meu namorado.
Percebi que a comida estava controlando a minha vida. Sempre chorava e dizia para meu namorado que meu sonho era emagrecer. Ele ficava triste em me ver tão mal.
Algumas situações fizeram com que eu me incomodasse ainda mais com o excesso de peso e reunisse forças para mudar. Uma vez, meu namorado tirou uma foto minha, pois eu tinha feito uma trança, e simplesmente não me reconheci. Em outra ocasião, fomos viajar para a praia e minha perna chegou a sangrar por causa do atrito entre as coxas.
Meu namorado sempre me dava força quando eu tentava emagrecer, ao contrário de muitas pessoas próximas que não botavam fé e falavam que eu engordaria novamente. Um dia, decidi que ia tirar de fato meu sonho do papel. Estava com 91,2 kg, sendo que tenho 1,57 m de altura.
Busquei ajuda de um coach nutricional (entenda melhor como ferramentas de coaching podem ajudar a emagrecer) e ele mostrou que era possível ter resultado com algumas estratégias mentais e reeducação alimentar, sem precisar fazer uma dieta restritiva que proíbe certos alimentos.
Como eu já tinha tentado emagrecer diversas vezes, já sabia o que era saudável ou não comer e que precisava diminuir as porções. Mas dessa vez me comprometi a seguir 100% as orientações.
Estava desempregada e sentia que as empresas não me contratavam por preconceito com meu peso. Para pagar o acompanhamento nutricional, comecei a produzir máscaras e vendê-las durante a pandemia do coronavírus. Isso me fez muito bem. A minha compulsão piorava quando eu estava em casa sem fazer nada. O trabalho me manteve ocupada e me ajudou a diminuir o tempo vendo séries e filmes, que me davam gatilhos e me faziam querer comer o dia todo.
Graças ao trabalho, por ter criado uma rotina, passei a controlar melhor a vontade de comer. Acordava, caminhava com o meu cachorro, tomava café da manhã e começava a produzir as máscaras. À tarde, fazia mais uma rodada de exercícios. Tirava só uma hora no dia para ver séries.
Uma coisa que também me ajudou muito foi, de fato, colocar na cabeça que não queria mais que a comida dominasse minha vida. Por isso, não queria furar a dieta ou fazer algo considerado 'errado' até eu alcançar a minha meta. Comecei a entender que a vontade de comer algo vem e depois passa! Então, sempre que sentia muito desejo por alguma besteira, bebia água e, se estivesse no horário de uma refeição, comia algo saudável. Conseguir me controlar me dava força!
Meu desejo inicial era perder 30 kg, o que achei que demoraria muito —mas também não tinha pressa. No entanto, seis meses após a mudança de hábitos, já tinha perdido 28 kg —isso só de seguir corretamente o plano alimentar, sem furos.
Minha alimentação era totalmente baseada em alimentos saudáveis: verduras, legumes, carnes, ovo, arroz, feijão, pães integrais e frutas. Cortei o refrigerante, pães e massas refinadas, chocolate, fast-food e industrializados. Quando tinha vontade de doces, comia frutas. Às vezes, também fazia tapioca com creme de avelã sem açúcar (veja opções saudáveis) e outras receitas —que até meu namorado passou a comer!
Também comecei a fazer atividade física. No início, não foi fácil. Como os resultados não são imediatos, era difícil manter a motivação. Mas me obrigava a realizar os exercícios e treinava de moletom para não ver que ainda não havia mudanças no meu corpo. Inicialmente, não tinha recursos para pagar uma academia e treinava em casa mesmo, três vezes por semana —fora as caminhadas diárias. Eu me virava com o que tinha e fazia o que era possível: exercícios só com o peso do corpo ou usando saco de feijão, caixa de leite e galão de água como carga.
Depois de seis meses, entrei na academia e comecei a treinar com ainda mais consistência. Fazia musculação seis vezes por semana e caminhava ou pedalava na bike diariamente.
Claro que tinha vezes que batia a preguiça, principalmente no início, mas insisti e depois vi o quanto a atividade me fazia bem. Hoje, o exercício virou uma paixão e não fico sem treinar.
Em um ano, fui de 91 kg para 51 kg. Agora, meu objetivo é ganhar um pouco de massa muscular. Após emagrecer, minha vida mudou completamente, eu me sinto mais saudável e mais forte psicologicamente. Continuo tentando me superar a cada dia e evoluir sempre, buscando a melhor versão de mim mesma.
Algo que aprendi é que só preciso que uma pessoa acredite em mim para conseguir alcançar meus objetivos, e essa pessoa sou eu mesma. Não devemos nunca duvidar da nossa capacidade nem dar ouvidos às pessoas que tentam nos desanimar. Mudar o rumo da sua vida só depende de você."
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