Fiocruz alerta para reaparecimento de vírus respiratórios em crianças
O boletim InfoGripe, produzido pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e divulgado hoje, alerta que outros vírus, além do coronavírus, estão reaparecendo e causando SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) em crianças de 0 a 9 anos.
De acordo com o informe, o VSR (Vírus Sincicial Respiratório) e o Rinovírus reapareceram e vêm sendo registrados desde o início deste ano. Eles se juntam ao Bocavírus e às Parainfluenza 3 e 4, que já predominavam causando a doença.
Segundo a análise feita pela Fiocruz, o aumento do VSR foi especialmente significativo e os valores de detecção semanal são maiores do que os de Sars-Cov-2, que causa a covid-19. O VSR é uma das principais causas de infecção respiratória e pulmonar em recém nascidos e crianças pequenas.
Os números mais atualizados, que consideram os valores de 17 de setembro a 23 de outubro, apontam que de 1000 a 1200 crianças por semana são diagnosticadas com SRAG. Este dado é equivalente ao registrado em julho de 2020, um dos picos da pandemia de covid-19.
"O número de casos de SRAG segue abaixo dos picos de março e maio deste ano, porém mantendo valores superiores aos de 2020. Houve apenas um leve aumento nas últimas semanas em alguns locais, mas se mantendo dentro da média recente. O importante é destacar essa volta de outros vírus respiratórios gerando SRAG", explica o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.
Para comparação, entre a população adulta, nos casos de SRAG a predominância absoluta é de Sars-Cov-2. Já entre as pessoas de 10 a 19 anos, a síndrome é mais causada pelo Rinovírus e entre os pequenos, o VSR tem sido mais detectado.
Este vírus é especialmente presente na região Centro-Sul do Brasil. Ele é mais preocupante em bebês prematuros, cardiopatas ou com problemas crônicos no pulmão. Além disso, crianças com menos de 5 anos correm mais risco de desenvolver formas graves de SRAG ao serem infectadas com o VSR.
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