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AstraZeneca afirma que coquetel anticovid é 83% eficaz após 6 meses

Vacina; vacinação; coronavírus; covid-19; Rio de Janeiro - FERNANDO SILVA /ESTADÃO CONTEÚDO
Vacina; vacinação; coronavírus; covid-19; Rio de Janeiro Imagem: FERNANDO SILVA /ESTADÃO CONTEÚDO

Colaboração para o UOL, em Brasília

18/11/2021 07h57

A AstraZeneca informou hoje que seu coquetel para a prevenção de covid-19 foi capaz de reduzir em 83% o risco de ocorrência sintomática da doença. Dentro do período de seis meses em que o produto foi analisado, não houve registros de casos graves ou óbitos por causa do coronavírus, disse a empresa.

Chamado de Evusheld (ou AZD7442), o coquetel combina cópias de dois anticorpos obtidos do plasma de pacientes convalescentes que se recuperaram de uma infecção com o coronavírus SARS-CoV-2. A terapia requer uma dose única de 300mg e é administrada por via intramuscular. O medicamento já havia demonstrado, em agosto, proteção de 77% contra casos sintomáticas da doença após três meses.

"O que é importante é que essa proteção em seis meses foi mantida nos participantes de alto risco e/ou imunocomprometidos, apesar do surto da variante Delta", disse, em nota, o autor do estudo, Hugh Montgomery, professor de medicina intensiva na University College London.

O medicamento também é eficaz na "profilaxia pós-exposição", ou seja, para evitar que uma pessoa recentemente infectada com o vírus desenvolva uma forma grave de covid-19. De acordo com outro ensaio clínico, a administração do AZD7442 por até três dias após o início de sintomas leves a moderados de covid-19 reduz o risco de casos graves ou morte em 88% em comparação com o placebo.

A AstraZeneca apresentou pedido de autorização de emergência para a Food and Drug Administration (FDA), a autoridade de saúde dos EUA. A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) iniciou procedimento de avaliação em meados de outubro de dados contínuos sobre o Evusheld.

A EMA anunciou na semana passada a autorização de comercialização de dois produtos de anticorpos monoclonais para o tratamento de covid-19: a terapia ronapreve, desenvolvida pela empresa norte-americana de biotecnologia Regeneron em parceria com o laboratório suíço Roche; e a Regkirona, do laboratório Celltrion. A agência europeia já havia aprovado o remdesivir, da Gilead, em 2020.

O Regen-Cov (combinação de casirivimabe e imdevimabe), da Regeneron, tem aprovação para uso emergencial no Brasil. Estudo publicado na revista New England Journal of Medicine mostrou que o medicamento conseguiu reduzir casos de covid-19 em moradores de uma mesma casa em que havia pessoas infectadas com a doença. A droga também foi capaz de evitar hospitalização e mortes em pessoas com risco de desenvolvimento grave da doença.

Os anticorpos monoclonais desenvolvidos pela farmacêutica Eli Lilly conseguiram reduzir em até 70% o risco de hospitalizações e mortes por covid —a combinação de eanlanivimabe e etesevimabe também tem aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

O regdanvimabe, anticorpo monoclonal da Celltrion Healthcares, e o sotrovimabe, medicamento biológico da GSK, têm autorização para uso emergencial pela Anvisa. Ambos demonstraram reduções no risco de progressão da covid-19 em pessoas com 12 anos de idade ou mais.