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Szafir aparece com bolsa de ostomia. Por que uma pessoa é ostomizada?

Cauê Moreno/Divulgação
Imagem: Cauê Moreno/Divulgação

Bruna Alves

De VivaBem, em São Paulo*

19/11/2021 14h40

Na noite da última quinta-feira (18), Luciano Szafir desfilou pela primeira vez após a luta que travou contra a covid-19, meses atrás. Devido a complicações da doença, o ator precisou passar por uma cirurgia abdominal e chamou atenção nas passarelas por usar uma bolsa de colostomia.

O ator levantou uma bandeira e fez questão de desfilar com a bolsa aparecendo, para mostrar que o uso não é motivo de aversão, tristeza, vergonha ou reclusão.

Em entrevista a Folha de S.Paulo, Szafir disse que estava muito feliz por estar desfilando, e que a doença lhe trouxe muitos ensinamentos. "[Estou] abraçando a causa dos ostomizados, dos que passaram por colostomia, para falar que a minha estomia não me define, você pode fazer todas as coisas que você fazia antes".

O que é uma bolsa de colostomia?

Ela é formada por um saco para coletar fezes ou urina, acoplado a uma placa adesiva para fixá-la ao abdome e proteger a pele do contato com o material eliminado. Funciona como uma extensão do corpo, por isso é importante realizar o autocuidado para manter a qualidade de vida.

Existem vários tipos de bolsas e a indicação depende do tipo de estoma, tipo de material eliminado, idade, estilo de vida, presença de alterações no estoma ou pele ao redor e diversos outros fatores avaliados pela equipe de saúde e pela pessoa ostomizada.

Por que uma pessoa é ostomizada?

A chamada ostomia, ou estomia de eliminação, normalmente é realizada depois de condições traumáticas ou patológicas como perfurações acidentais no abdome, doenças no intestino, no reto, na bexiga. O uso da bolsa pode ser temporário ou permanente.

E vale lembrar que as bolsas coletoras são disponibilizadas gratuitamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde). A pessoa ostomizada deve agendar consulta no serviço de referência na sua região e, neste dia, levar o relatório do médico que a operou ou sumário de alta.

O equipamento deve sempre ser trocado quando a placa ficar na cor mais clara. Isso normalmente pode acontecer até o 3º dia de uso. Não é recomendado ficar mais de 5 dias com o mesmo equipamento, pois há risco de provocar dermatite (lesão) na pele.

Vida normal

De um modo geral, após a recuperação da cirurgia, o paciente pode voltar a praticar os exercícios que praticava antes, como pedalar, caminhar, nadar ou qualquer outro que goste. Para se sentir mais seguro é possível usar um cinto especial. O ideal é evitar apenas alguns esportes de grupo em que possa ocorrer trauma corporal com outra pessoa, como futebol, basquete, entre outros.

Nada impede que a pessoa viaje de avião ou qualquer outro meio de transporte. É possível dirigir normalmente, apenas tendo cuidado com o atrito entre o cinto de segurança e a bolsa coletora para não ferir o estoma. Da mesma forma poderá frequentar teatros, cinemas e shows.

A alimentação do ostomizado é normal. Mas é bom evitar alimentos que podem causar complicações, como diarreia, gases e constipação. As relações sexuais também não são afetadas.

*Com informações de reportagem publicada em 19/11/2019.