Sarna humana ressurge em SP; entenda doença que é altamente infecciosa
Os casos de sarna humana estão dando sinais de retorno nas comunidades do litoral paulista, de acordo com reportagem do UOL. Ainda neste ano, já havia relatos da doença na mesma região, mas que aparentemente já estava controlada no segundo semestre.
Na Vila Nova Mirim, em Praia Grande, onde surgiram os primeiros casos em novembro do ano passado, moradores estão assustados. Na Vila Sônia, bairro periférico da cidade, um bebê de 2 meses precisou ser internado.
Após o caso ter sido levado a público em reportagem em maio, a prefeitura realizou algumas ações. Agora, o acompanhamento dos moradores na região ficou sob atribuição de uma agente comunitária que, segundo eles, há um bom tempo não aparece por lá.
Quem tem acompanhado o drama das famílias é a empresária Patrícia Ogna Petrali, responsável pelo perfil do Instagram PG Invisível, criado para ajudar moradores da cidade.
Entenda a doença altamente infecciosa
A doença é causada pelo ácaro parasita Sarcoptes scabiei, parasita que se alimenta da queratina, ou seja, proteína que constitui a camada superficial da pele, onde também abrem túneis, se reproduzem e depositam ovos.
Ela apresenta um grau de transmissibilidade elevada pelo contato íntimo e atinge principalmente quem não mantém bons hábitos de higiene, o que inclui não trocar de roupas com frequência. O compartilhamento dessas peças, assim como de uma cama ou mesmo de um sofá infectado também pode contribuir para a disseminação.
Geralmente com um exame clínico já é possível saber se a infecção está presente ou não. O diagnóstico definitivo é feito a partir da raspagem das lesões e investigação com lupa especial.
Sintomas da sarna humana
A doença se manifesta como bolinhas vermelhas e uma coceira persistente, principalmente em áreas quentes do corpo, como dobras, axilas, umbigos, vãos dos dedos, região íntima e tende a piorar à noite. Pacientes imunodeprimidos estão mais expostos ao risco de infecção pelo parasita da sarna.
"Em bebês, nota-se lesões nas palmas das mãos e plantas dos pés, podendo até acometer couro cabeludo e face", informa Felipe Yazawa*, dermatologista da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e da clínica Cia. da Consulta.
O médico acrescenta que alguns quadros de escabiose podem apresentar infecção secundária ao ato de se coçar, podendo até haver necessidade de internação.
O período de incubação do micro-organismo da sarna é de cerca de 24 dias ou de 24 horas no caso de reinfestação pelo parasita. Vale ressaltar também que, embora a doença seja comum em locais de aglomeração, os humanos não pegam sarna de gatos ou cachorros.
Como é feito o tratamento?
Através de escabicidas, substâncias que combatem a sarna. O uso é local e deve ser aplicado no corpo todo, exceto acima da linha do nariz e das orelhas, por dois ou três dias. É importante que a aplicação seja repetida depois de sete a dez dias para combater os ácaros provenientes dos ovos que ainda não haviam eclodido na primeira aplicação.
Toda a família deve ser tratada simultaneamente para evitar a reinfestação. Já existem remédios por via oral que também são eficientes no tratamento da sarna.
* Com informações do site Drauzio Varella e de reportagem publicada em 30/04/2020.
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