Anticorpos monoclonais têm efeito preventivo contra covid, mostra estudo
Aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para o tratamento inicial contra a covid-19, o remédio Regn-Cov2 também atua de forma preventiva contra o vírus, segundo um novo estudo.
O medicamento é composto por dois anticorpos monoclonais casirivimabe e imdevimabe, que devem ser administrados em conjunto. No Brasil, a Anvisa aprovou de forma emergencial e seu uso é apenas em ambiente hospitalar — não haverá comercialização em farmácias. O medicamento foi desenvolvido pela sociedade americana Regeneron, associada ao laboratório Roche.
Neste novo estudo, os pesquisadores utilizaram 600 mg de casirivimabe e 600 mg de imdevimabe, a mesma aplicada em outra pesquisa para pessoas com casos leves e moderados da doença.
As pessoas que participaram da pesquisa não tinham a doença, mas apresentavam alto risco de serem infectadas, pois moravam com alguém que estava com covid-19.
No estudo, eles descobriram que uma única dose do remédio reduziu em 81,6% o risco de covid-19, de forma sintomática, durante um período de até 8 meses. Neste tempo, nenhum participante que recebeu o remédio (841) foi hospitalizado, enquanto seis pessoas do grupo placebo (842) necessitaram de atendimento médico.
O que são anticorpos monoclonais?
São versões fabricadas em laboratório das defesas naturais do corpo para combater infecções. Dar às pessoas anticorpos já preparados pode ajudar quem corre alto risco de adoecer com gravidade, devido a uma imunidade frágil ou a condições subjacentes.
Segundo Raquel Muarrek*, médica infectologista da Rede D'Or, as respostas imunológicas são individuais, ou seja, cada pessoa terá um tipo de reação aos anticorpos. "Mas nós temos essa resposta em frente às variações que estão tendo agora. Tendo soldados para ajudar, talvez, o indivíduo tenha um desfecho melhor no final".
Indicações, contraindicações e efeitos colaterais
Segundo a Anvisa, "a indicação dos medicamentos é para quadros leves e moderados da doença, em adultos e pacientes pediátricos (12 anos ou mais) com infeção por Sars-CoV-2 confirmada por laboratório, e que possuem alto risco de progredir para formas graves da doença".
No entanto, os anticorpos não demonstraram benefício em pacientes internados, podendo até estar associados a desfechos clínicos piores quando usados. O casirivimabe e o imdevimabe devem ser administrados juntos por infusão intravenosa (IV) e os possíveis efeitos colaterais incluem anafilaxia (reação alérgica aguda), febre, calafrios, urticária, coceira e rubor.
De acordo com os trabalhos científicos já apresentados, o coquetel precisa ser administrado ao terceiro dia após o contágio, ou até o quinto dia. Já a dose pode ser variada, isso ainda deve ser especificado pela comunidade médica.
* Com informações de reportagem publicada no dia 20/04/2021.
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