Pensando em emagrecer? Veja 10 erros comuns que atrapalham o processo
Muitas pessoas almejam emagrecer e não conseguem. Isso acontece por causa de erros comuns entre quem quer perder peso.
A primeira coisa, normalmente, é tentar uma dieta radical. Essa é a ideia do tudo ou nada. Cortar as coisas que mais gosta em prol de um bem maior: perder peso. Mas é importante ressaltar que o emagrecimento é um processo complexo que envolve muitas questões, entre elas, patológicas, genéticas, ambientais, comportamentais. Por isso, não é tão simples quanto possa parecer.
Para entender melhor o que não deve ser feito, VivaBem consultou especialistas e separou os 10 erros mais comuns que, ao invés de ajudar, atrapalham o processo de emagrecimento. Lembrando que não estamos falando de transtornos alimentares —que exigem tratamento específico, medicamento e acompanhamento médico—, mas sim de situações corriqueiras de quem quer perder peso, mas erra no método.
Veja os erros a seguir
1. Meta não faz realmente sentido para você
Um dos erros mais comuns é tentar emagrecer para os outros. A ideia de agradar o coletivo ou se assemelhar a ele não perdura e, com o tempo, ainda traz frustração.
Por isso é importante que haja motivos intrínsecos para emagrecer, como voltar a usar uma roupa que gostava e não serve mais, ter mais fôlego para brincar com os filhos ou passear com o cachorro, melhorar problemas de saúde sem precisar tomar remédio, entre outros.
Lembre-se: valorizar a decisão é o elemento chave para não desistir quando os desafios aparecerem.
2. Culpar-se demais pelos deslizes
Esse é um pensamento dicotômico, onde há dois extremos. É quando a pessoa pensa que só vale seguir com o propósito se fizer tudo certo, o tempo todo e sem deslizes. Mas, se "escapar", acha que é melhor enfiar o "pé na jaca", isto é, jogar a toalha e comer como se não houvesse amanhã.
Os especialistas afirmam que se manter firme no processo é muito importante para alcançar o objetivo, mas é preciso ter moderação. Entender e acolher os deslizes de forma responsável e persistente, é essencial, pois não existe o perfeito, mas sim o possível.
3. Não ter prazer em outras coisas além da comida
É uma delícia comer aquela guloseima com vontade, não? Mas esse desejo não pode ser o centro das atenções.
Quando não se tem outros prazeres na vida, qualquer momento entediante, estressante ou um fato ruim que aconteça é motivo para buscar alívio/recompensa na comida. É como se comer fosse a "tábua de salvação".
Por isso, antes de tentar emagrecer, procure ressignificar os comportamentos, encontrar outras coisas que lhe deem tanto prazer ou até mais do que comer. Essa é a famosa mudança de comportamento interna, necessária para qualquer propósito.
4. Copiar dietas
Esse, sem dúvida, é outro erro comum, principalmente pelo fácil acesso às dietas disponíveis na internet. Basta alguns cliques para conseguir um plano alimentar "ideal". Mas é aí que mora o problema.
A internet traz várias opções de dietas que deveriam ser orientadas e individualizadas, já que as pessoas respondem de forma diferente à reeducação alimentar. A dieta low carb, por exemplo, pode funcionar para uma pessoa e para outra, não. O mesmo acontece com as demais opções.
Mas entenda que não é porque você não consegue seguir uma dieta específica que não vai conseguir emagrecer. O plano alimentar ideal é aquele viável, que leva em consideração as preferências alimentares e que realmente sai do papel.
O melhor plano é aquele que dá prazer, o que não significa que você pode comer um bolo de chocolate inteiro (até pode, se quiser, e tudo bem!). Mas o prazer de comer não está ligado à quantidade excessiva, que traz um sentimento de culpa, e sim de alegria e satisfação. Tudo isso pode ser mudado aos poucos!
5. Extremismo
Deixar de comer as coisas de que gosta ou excluir determinados grupos alimentares como os carboidratos —principalmente sem orientação profissional— é um grande erro.
De novo: o plano alimentar que dá certo é o que não tira o prazer pela comida, que respeita o tempo de adaptação da pessoa, bem como as suas individualidades. Não é possível tomar 1 litro de refrigerante por dia e, de repente, cortar 100%. As etapas precisam ser respeitadas para que haja um fortalecimento durante o processo. As ideias que fogem desses conceitos não duram muito tempo.
6. Achar que vai ser rápido
Entenda que o emagrecimento envolve recognição, neuromodulação e mudanças comportamentais profundas. Tudo isso leva tempo e, quando a pessoa aceita isso, o percurso fica mais leve e sem tanta cobrança pela perfeição.
7. Ser pessimista
Antes mesmo de começar, muitas pessoas lembram que já tentaram outras vezes antes, mas nunca conseguiram. Não seja pessimista. Acredite em você. A neuroplasticidade ensina muitas coisas com experiências anteriores, ela ajuda, por exemplo, a ressignificá-las.
Não é porque não deu certo antes que agora não vai dar também. Otimismo é a palavra!
8. Não ter um planejamento
Quando a fome bate e não tem uma opção adequada, o mais provável é comer o que estiver disponível, embora, normalmente, essa não seja uma boa opção.
Se você sente vontade de comer doce após o almoço e sabe que seus colegas sempre têm algo supercalórico para lhe oferecer, programe-se e leve algo que mate a sua vontade sem prejudicar a reeducação. Invista em uma fruta ou até em um chocolate, mas na quantidade adequada.
Para mudar os hábitos alimentares, comece não deixando faltar os alimentos que se adequam ao seu novo estilo de vida, como frutas e verduras. Se necessário, faça comida para vários dias e congele para não precisar recorrer a lanches no dia a dia.
Praticidade e planejamento, nesses casos, são a melhor solução.
9. Ter fácil acesso a guloseimas
Sabe aquela torta que você adora, mas que é difícil manter o controle e comer pouco? Então, esse e outros pratos hiperpalatáveis (que agradam o paladar da maioria das pessoas) podem estar presentes, mas sempre em poucas quantidades.
Por exemplo, troque as caixas de chocolate ou barras por bombons individuais ou barrinhas de 25 gramas. Se fizer um bolo, convide alguém para comer com você, evite fazer comidas difíceis de serem porcionadas. Esses cuidados simples ajudam a evitar o exagero.
10. Fugir da balança
Assim como outros métodos (foto, fita métrica, olhar no espelho) trazem informações sobre como estamos, a balança mostra as oscilações normais do corpo, as respostas do tratamento, se o peso está bom. Mas ela não é o resultado absoluto.
Se você passar mal com vômitos e diarreia, por exemplo, pode perder 1 kg em um dia. No entanto, depois o peso volta, porque o que o corpo eliminou era água, não gordura.
Outro exemplo clássico é quando você faz uma aula superintensa na academia e a balança muda de uma hora para outra. Nesse caso também não houve perda de peso, o que a balança mostrou é apenas a desidratação.
Além disso, é possível perder medidas e ganhar saúde sem ter grandes mudanças na balança. Isso acontece quando investimos em exercícios de força, como musculação. Mas não há motivos para ter medo da balança, ela pode ser muito útil para acompanhar sua evolução.
Fontes: Ana Maria Rampeloti Almeida, nutricionista, doutora em ciências da saúde pela Faculdade de Ciências Médicas da UPE (Universidade de Pernambuco), especialista em nutrigenética, emagrecimento e bem estar; Brunna Boaventura, nutricionista, especialista em emagrecimento saudável, professora do Departamento de Nutrição da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e coordenadora do Programa de Emagrecimento da mesma instituição; Clarissa Fujiwara, nutricionista, membro do Departamento de Nutrição da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica) e do NutS - Nutrition Science; Luciana Verçoza Viana, endocrinologista, nutróloga, professora da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e chefe do Serviço de Nutrologia do Hospital de Clinicas de Porto Alegre; Mônica Beyruti, nutricionista membro do Departamento de Nutrição da Abeso; Vania Konopa, nutricionista, atuante nos segmentos Hospitalar e Serviços.
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