Fe Garay sobre maternidade: 'Minha cabeça e meu corpo mudarão, e tudo bem'
Quem é fã de voleibol —ou, pelo menos, curte assistir aos jogos da seleção brasileira nas Olimpíadas e outras competições importantes— sabe que é difícil não vibrar a cada ponto quando a atleta Fernanda Garay está em quadra. Este ano, além de ser uma das maiores pontuadoras dos Jogos de Tóquio, a camisa 16 conquistou a torcida com suas caretas intensas, seguidas de expressões de serenidade —o que acabou até virando meme.
São 20 anos de história dedicados ao esporte. Mas, agora, a atleta decidiu que é hora de uma pausa para focar em uma fase totalmente nova: a da maternidade. Com 35 anos, ela contou ao VivaBem que pensou muito antes de tomar a decisão. "Já vinha analisando há muito tempo qual seria o momento ideal para engravidar. Precisamos prestar atenção na questão da idade porque, clinicamente, depois dos 35, fica mais difícil. Conversei com minha médica sobre isso e, se eu quisesse continuar jogando, eu teria que avaliar a possibilidade de congelar os óvulos, mas nunca foi um desejo meu", disse, durante evento idealizado pela Nike no Nossa Arena, espaço esportivo só para mulheres, em São Paulo (SP).
Garay avalia que, para ela, seria difícil manter o "casamento" com a seleção brasileira de voleibol ao mesmo tempo que entra na fase totalmente nova da maternidade, já que sempre se dedicou completamente ao time.
Por isso, sua despedida oficial da equipe aconteceu durante os Jogos de Tóquio. Mas isso não significa, necessariamente, um adeus às quadras. "Eu estou jovem, né? (risos). Considero continuar jogando [em clubes], com certeza. Mas neste momento estou permitindo viver o agora e deixar o futuro para logo mais. Vou entrar em um mundo diferente, me colocar no lugar de aprendiz e desconstruir algumas certezas que eu tinha, dando prioridade à minha família. Minha cabeça e meu corpo mudarão, e tudo bem", conta.
Embora o rigor dos treinos para se manter como atleta de alto nível agora esteja fora da rotina, Garay continua praticando atividades físicas e mantendo uma alimentação saudável, agora por saúde e bem-estar, sem muita pressão. "Depois de duas décadas vivendo o esporte tão intensamente, agora posso ir na academia por escolha minha, para me manter saudável."
Exemplo para futuras gerações
Durante bate-papo com fãs do esporte e atletas amadoras, Garay também fez uma reflexão sobre seu legado como atleta. "Em breve não estarei mais nas quadras, mas espero que meu exemplo possa abrir portas para outras atletas. Estamos vivendo a representatividade feminina, presentes agora em lugares que antes eram só masculinos. Nós nos vemos umas nas outras, ressignificando lugares e dizendo que, 'se a gente quiser, estaremos la'. Como aquela menina vai desejar jogar se ninguém antes estava lá? Pode acontecer, mas é muito mais difícil. A gente inicia sozinha, mas, em dado momento, passamos a fazer por todas."
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