Diante das novas variantes, testagem é mais eficaz que proibições
As primeiras infecções pela variante ômicron no Brasil trouxeram medo e incertezas à população. Em entrevista ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição, o infectologista Álvaro Furtado Costa, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, compartilha as medidas de segurança necessárias para o enfrentamento da nova cepa.
O infectologista indica a testagem como estratégia importante para frear a disseminação do vírus. Por sua vez, a proibição da entrada de viajantes vindos da África, continente no qual a variante ômicron foi identificada, não tem a mesma eficácia.
"Precisamos ter cuidado para não incentivar um comportamento xenofóbico em relação aos países africanos. O controle da ômicron deve ser feito, mas não com proibições, uma vez que atualmente o vírus já circula em cinco continentes", destaca Costa.
Da mesma forma, o uso de máscaras é uma medida eficaz para evitar a contaminação e tende a perdurar, diz o médico. "Há uma falsa ilusão de que a suspensão da obrigatoriedade das máscaras equivale ao fim do risco de infecção. Na realidade, em um mundo globalizado e sem um bom controle de fronteiras, a introdução de variantes novas é constante, e os planejamentos de contenção da doença deveriam contemplar a manutenção das medidas preventivas", conta.
A vacinação também cumpre um papel importante no controle da cepa ômicron. "A vacina não te impede de pegar o vírus, mas sim de desenvolver um caso grave e ir a óbito", alerta o infectologista.
Até o momento, não foram registradas mortes em decorrência da nova variante, o que, segundo Costa, se deve aos avanços na imunização em todo o mundo.
"Cerca de 75% da população brasileira está vacinada com a primeira dose, e é crucial receber também a segunda dose e a de reforço, para obter uma melhora na resposta imunológica. Nossa saúde individual e coletiva depende disso", finaliza.
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