Topo

Reforço com Pfizer aumenta 175 vezes o número de anticorpos, mostra Oxford

Pesquisa estudou doses de reforço em pessoas que tinham sido vacinadas com Coronavac - Fabrício Costa/Futura Press/Estadão Conteúdo
Pesquisa estudou doses de reforço em pessoas que tinham sido vacinadas com Coronavac Imagem: Fabrício Costa/Futura Press/Estadão Conteúdo

Do VivaBem, em São Paulo

17/12/2021 16h13

Um estudo da Oxford, encomendado pela Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, mostrou que uma dose de reforço da vacina da Pfizer aumenta em 175 vezes a quantidade de anticorpos neutralizantes contra a covid-19. Já a AstraZeneca, eleva em 85 vezes, e a Janssen, 35 vezes. A CoronaVac, por outro lado, aumentou em sete vezes.

A pesquisa foi feita com pessoas que haviam tomado duas doses da Coronavac. O resultado foi observado 28 dias após o reforço. O levantamento foi divulgado hoje pelo Ministério da Saúde.

Foram 1.205 voluntários, em dois centros no Brasil, sendo um em São Paulo e outro em Salvador. Os participantes foram divididos em dois grupos: pessoas entre 18 e 60 anos, e maiores de 60 anos.

"O estudo usou testes laboratoriais, validados e aceitos por agências regulatórias internacionais, incluindo a Anvisa. Testes ultrassensíveis, diferente de testes comerciais, encontrados em laboratórios", explicou a pesquisadora de Oxford, Sue Ann Clemens.

O estudo também mostrou que os imunizantes da Astrazeneca, Janssen e Pfizer induziram anticorpos tanto em adultos quanto em idosos. Já a Coronavac, induziu anticorpos em adultos e em 2/3 dos idosos.

Ministro pede que estados e municípios sigam orientações

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, fez um pedido para que os estados e municípios sigam a recomendação da pasta para a dose de reforço. Nesse caso, a orientação é aplicar como terceira dose a vacina da Pfizer.

"A vacina com vírus inativado não deve ser usada como dose de reforço", disse Queiroga, que reconheceu a importância da CoronaVac para o PNI (Programa Nacional de Imunização), no início da vacinação contra a covid-19.

Em São Paulo e no Rio de Janeiro, por exemplo, a aplicação do reforço usou a CoronaVac. Apesar de segura, a vacina do Butantan como terceira dose foi criticada por especialistas, já que é a menos eficaz, principalmente entre idosos.

Procurada pelo UOL, a Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo não comentou o caso específico da CoronaVac na continuidade da vacinação, mas disse que os imunizantes disponíveis na rede pública de saúde são "seguros, eficazes e podem ser utilizados na estratégia vacinal de reforço", em conformidade com as orientações do PEI (Plano Estadual de Imunização). A pasta também ressaltou que "toda a população elegível para a dose adicional deve se vacinar".

"As orientações do Plano Estadual de Imunização (PEI) segue a diretriz do Programa Nacional de Imunização (PNI) e vale para todas as pessoas que tomaram as duas doses da Coronavac, AstraZeneca e Pfizer há pelo menos quatro meses e dois meses para a vacina da Janssen, conforme redução de intervalo anunciada pelo Governo de SP. O Governo de SP segue o compromisso de imunizar o maior número possível de pessoas pela Campanha de Imunização contra a COVID-19", diz a nota.