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Saúde

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Fazer exercícios ajuda na longevidade de pessoas com Parkinson, diz estudo

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Imagem: iStock

Alexandre Raith

Da Agência Einstein

18/12/2021 04h00

A prática de exercícios físicos está associada a uma maior longevidade em indivíduos com doença de Parkinson, segundo estudo conduzido na Coreia do Sul. Ao analisarem os dados de mais de 10 mil pessoas com o diagnóstico, os pesquisadores perceberam que os exercícios —em todas as intensidades— diminuíram a mortalidade por diferentes causas. Os resultados do estudo foram publicados no periódico científico Jama Neurology.

Para chegar a essa conclusão e determinar como a quantidade e a frequência da prática estariam associadas à taxa de óbitos, os pesquisadores avaliaram as informações de atividade física dos pacientes recém-diagnosticados com Parkinson, e que haviam passado por exames médicos dois anos antes, disponíveis no Sistema Nacional de Saúde do país asiático. Três níveis de intensidade dos exercícios físicos foram observados:

  • Alta (corrida, exercícios aeróbicos, ciclismo e escalada, por mais de 20 minutos);
  • Moderada (andar rápido, pedalar de bicicleta a uma velocidade normal e jogar tênis, por mais de 30 minutos);
  • Leve (caminhar até o trabalho ou por lazer, por mais de 30 minutos).

Foram considerados fisicamente ativos os indivíduos que praticavam atividades de alta intensidade três ou mais vezes por semana, ou de intensidade moderada pelo menos cinco vezes. Nos dados de oito anos, os pesquisadores chegaram a algumas conclusões:

  • As pessoas que já eram fisicamente ativas antes e mantiveram a prática depois do diagnóstico da doença apresentaram uma redução na taxa de mortalidade mais significativa (50%) em todas as intensidades de atividade física;
  • Os participantes que iniciaram a rotina de atividade física apenas depois que o Parkinson foi identificado também tiveram um risco de mortalidade mais baixo do que aqueles que permaneceram sedentários;
  • Para todas as intensidades de exercícios, as pessoas que eram consideradas fisicamente ativas tiveram uma taxa de mortalidade menor em comparação aos inativos.

Outras variáveis também foram avaliadas para compor a análise, como o consumo de bebida alcoólica, dados antropométricos (estatura, peso e pressão arterial), IMC (Índice de Massa Corporal), níveis de colesterol e de triglicerídeos e possíveis comorbidades. Apesar dos achados, os autores do trabalho destacam que outros estudos são necessários.

Doença de Parkinson

Doença degenerativa do sistema nervoso central, o Parkinson ocorre pela degeneração de células responsáveis pela produção do neurotransmissor dopamina. Como a função desta substância é transmitir mensagens entre as células nervosas para a realização de movimentos voluntários do corpo de forma automática, a redução na produção gera o sintoma mais característico da doença: os tremores.

Os motivos que levam à degeneração das células nervosas ainda são desconhecidos. No entanto, presume-se que fatores genéticos ou ambientais possam estar por trás. Entre os principais sintomas, estão:

  • Tremor de repouso (quando a mão está parada);
  • Lentidão motora;
  • Rigidez entre as articulações;
  • Desequilíbrio;
  • Comprometimento da memória;
  • Diminuição do olfato;
  • Alterações intestinais e no sono.

A doença de Parkinson não tem cura, mas é manejável com medicamentos que repõem em parte a dopamina que não está sendo produzida. Recomenda-se, ainda, a prática regular de atividade física e o acompanhamento por uma equipe multiprofissional formada por fisioterapeuta, fonoaudiólogo, psicológico e nutricionista.