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Lichia ajuda no controle da pressão e do colesterol; veja seus benefícios

Getty Images/iStockphoto
Imagem: Getty Images/iStockphoto

Fabiana Gonçalves

Colaboração para o VivaBem

20/12/2021 04h00

A lichia é uma fruta cuja safra começa em dezembro e se estende até janeiro. Pode ser consumida in natura, em sucos, chás ou como ingredientes de doces e outras bebidas. Mas o que ela esconde por trás das suas cascas vermelhas e polpa branca suculenta são os vários benefícios à saúde.

É rica em vitaminas e minerais, como a vitamina C, vitaminas do complexo B, potássio, cálcio, ferro, magnésio, fósforo e folato.

A vitamina C possui ação antioxidante fundamental no combate aos radicais livres que causam danos às nossas células e contribuem para a inflamação. "Só para termos uma noção de comparação, em uma porção de 100 gramas ela tem mais vitamina C do que a laranja, podendo auxiliar no bom funcionamento do nosso sistema imunológico", afirma a nutricionista Natália Barros.

Além disso, segundo ela, a vitamina C junto com o folato estimula a produção e o funcionamento de glóbulos brancos, células de defesa essenciais para prevenir e combater infecções.

Pouco calórica, já que 100 gramas da fruta tem quase 70 calorias, mas com grande concentração de fibras e água, pode fazer parte da alimentação de quem busca o emagrecimento, uma vez que as fibras auxiliam na saciedade e, consequentemente, na redução da ingestão de calorias.

Status de fruta exótica

Essa fruta exótica é originária da China, mas os maiores produtores de lichia são Vietnã, Tailândia, Índia, Madagascar e África do Sul. No Brasil, a lichia começou a ser comercializada por volta da década de 1970. A grande produção dessa fruta se concentra a noroeste do estado de São Paulo, porém existe uma pequena parcela de produção sendo feita em Minas Gerais, na Bahia e no Paraná. Ela tomou gosto pelos brasileiros há menos de 10 anos, quando o cultivo aumentou.

De nome científico Litchi chinensis, a fruta tem outros nomes populares, como lecheira, lichieira ou uruvaia. Mas aqui no Brasil ela é mais conhecida como lichia.

A seguir, conheça mais sobre essa fruta, que pelos benefícios à saúde vale ser inserida no cardápio:

Ajuda na manutenção da imunidade

Rica fonte de vitamina C —cada 100 gramas da fruta contém 71,5 mg do nutriente—, ela ajuda a prevenir gripes e resfriados. A ação antioxidante da vitamina C também auxilia no combate de doenças crônico degenerativas e cardíacas. "Alguns trabalhos científicos também já mostraram que o consumo da polpa branca da lichia, rica em flavonoides, pode prevenir o crescimento de células cancerígenas", afirma o médico nutrólogo Edson Credidio.

A casca da fruta ainda contém quantidades significativas de compostos fenólicos, antocianinas, que são os principais polifenóis que auxiliam a eliminar os radicais livres, sendo utilizados na prevenção de diversas doenças.

Lichia - iStock - iStock
A época da fruta é entre dezembro e janeiro
Imagem: iStock

É coadjuvante no controle do diabetes

A lichia pode ser coadjuvante no tratamento do diabetes, segundo Barros. Isso porque ela possui compostos fenólicos, como o oligonol, que age na regulação do metabolismo da glicose, reduzindo a resistência à insulina, o que pode ajudar no controle dos níveis de açúcar no sangue. "Outro composto importante nesse sentido é a hipoglicina, uma substância que diminui a produção de glicose e, portanto, contribui para o controle da glicemia", diz.

Auxilia no emagrecimento

O baixo teor calórico da lichia está diretamente relacionado a sua grande quantidade de água, que chega a representar quase 80% da fruta. Mesmo assim ela é rica fonte de vitamina C, além de vários compostos bioativos e minerais como potássio e cobre. "Seus polifenois agem na queima de gordura abdominal, reconhecidamente a mais prejudicial de todas. Em conjunto com as fibras, a fruta garante saciedade por mais tempo. Isso faz dela uma ótima opção para ajudar na dieta para redução de peso", indica Edson Credidio.

A fruta apresenta o bioativo oligonol, que melhora a circulação sanguínea, promove a eliminação do excesso de líquidos, e consequentemente ajuda na perda de peso. "A lichia também apresenta em sua composição um composto chamado cianidina, um pigmento responsável pela cor avermelhada da casca, que tem ação antioxidante, o que ajuda na queima de gorduras", diz Barros.

Ajuda a reduzir pressão arterial

A alta quantidade de potássio presente na fruta ajuda na redução da pressão arterial. Isso porque cada 100 gramas de lichia apresentam 171 mg de potássio. O mineral atua contra os efeitos do sódio, o principal responsável pelos desajustes da pressão arterial. Além disso, o folato, a vitamina C e o ferro são compostos que também podem auxiliar na redução da pressão sanguínea.

Auxilia no controle do colesterol

A lichia sozinha não é capaz de controlar os níveis de colesterol. No entanto, por conter grande concentração de compostos antioxidantes, como as proantocianidinas, fibras e auxiliar no emagrecimento, ela reduz a absorção do colesterol "ruim", o LDL, contribuindo para a diminuição dos seus níveis no sangue e equilibrando o nível de colesterol total. "Isso sem contar que antioxidantes como a epicatequina e a rutina melhoram a saúde do coração e reduzem o risco de desenvolver doenças cardíacas e diabetes", endossa Credidio.

Faz bem para a pele

Como a lichia é rica fonte de vitamina C e compostos fenólicos, essas substâncias tanto atuam na prevenção do envelhecimento precoce como apresentam propriedades de rejuvenescimento e proteção, inclusive aos raios ultravioletas. A vitamina C tem propriedades anti-inflamatórias e ajuda a estimular a produção de colágeno. Ela também atua no tratamento da acne e na suavização de manchas.

A lichia, normalmente encontrada em dezembro, não teve uma safra boa este ano e deve ter aumento de preço nos mercados. No Mercadão, por exemplo, ela custa R$ 39 o quilo, em média - Thinkstock - Thinkstock
Fruta é excelente fonte de vitamina C e de minerais
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Contribui para o crescimento de unhas e cabelos

As vitaminas C e as do complexo B (tiamina, biotina), além dos compostos fenólicos antioxidantes presentes na lichia, auxiliam na formação do colágeno e no combate aos radicais livres, contribuindo assim para a manutenção da saúde do cabelo e das unhas. "A vitamina C, a niacina e tiamina ajudam os folículos do cabelo, nutrindo-os e fortalecendo-os, já que também aumentam a circulação do sangue e o suprimento de oxigênio nesta região. Dessa forma, eles garantem a oferta de nutrientes e o crescimento de cabelos e unhas saudáveis", diz Barros.

Melhora qualidade do sono

Outros nutrientes presentes na lichia são os minerais zinco, ferro, magnésio, cálcio e fósforo. O consumo dessas substâncias dará o aporte necessário para melhorar a qualidade do sono e também o humor. No caso do magnésio, por exemplo, ele ajuda na produção de neurotransmissores importantes para que o ciclo do sono aconteça. Além disso, ajuda a equilibrar a transmissão nervosa, reduzindo a agitação mental.

Tem contraindicações?

A lichia parece não ter contraindicações. Entretanto, não deve ser consumida em jejum e/ou quando nossos níveis de glicose estão reduzidos. "Isso por causa da hipoglicina, que altera o metabolismo da glicose pelo corpo e faz com que os níveis de açúcar no sangue caiam ainda mais, podendo levar a uma crise de hipoglicemia", alerta Barros.

Valores nutricionais da lichia em 100 gramas:

  • Calorias: 66 kcal
  • Carboidratos: 16,53 g
  • Proteínas: 0,83 g
  • Gorduras totais: 0,44 g
  • Fibras: 1,3 g
  • Vitamina C: 71,5 mg
  • Vitamina E: 0,07 mg
  • Vitamina K: 0,4 mg
  • Sódio: 1 mg
  • Potássio: 171 mg
  • Cálcio: 5 mg
  • Cobre: 0,148 mg
  • Ferro: 0,31 mg
  • Magnésio: 10 mg
  • Manganês: 0,055 mg
  • Fósforo: 31 mg
  • Selênio: 0,06 ug
  • Zinco: 0,07 mg

Fontes: Natália Barros, nutricionista especialista em saúde feminina, mestre em ciências pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), com aprimoramento em nutrição humana e metabolismo pela Universidade Stanford (EUA); Edson Credidio, médico nutrólogo, doutor em ciências dos alimentos e pós-doutor em alimentos bioativos, ambos pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

Referência: Taco (Tabela Brasileira de Composição de Alimentos).