Fábio se livrou de doenças após perder 42 kg: 'Correr virou meu remédio'
Com 122 kg, Fábio Mesquita, 39, desenvolveu diversos problemas de saúde devido à obesidade. Tinha hipertensão, azia, insônia, ansiedade. Após uma crise de gota e a recomendação de tomar o quarto medicamento de uso contínuo, o publicitário de João Pessoa (PB) resolveu mudar hábitos. A seguir, ele conta como chegou a 80 kg:
"Comecei a engordar aos 10 anos, quando meus pais se separaram e fui morar com meus avós. Sabe como é casa de vó, né? Tem muita comida gostosa: pães, bolos, sorvetes, doces em geral. Assim, fui engordando aos poucos.
Com 15 anos, eu pesava 90 kg e minha avó me levou ao endocrinologista. Segui rigorosamente as orientações alimentares passadas pelo médico e perdi 14 kg no primeiro mês. Mas, relaxei no segundo mês, recuperei o peso perdido e ainda ganhei uns quilos a mais. Segui engordando e cheguei a 100 kg com 20 anos, quando iniciei uma nova saga para tentar emagrecer.
Durante muito tempo, fui a vários nutricionistas, fiz dietas da internet, tentei praticar vôlei, futebol, basquete, artes marciais, musculação. O meu problema era sempre o mesmo: não conseguia manter por muito tempo o que eu começava. Fazia uma dieta ou uma atividade física por uns dois ou três meses e depois parava.
Na vida adulta, minha alimentação piorou bastante. Tomava 2 litros de refrigerante por dia e comia lanche praticamente todas as noites. Se sobrasse um cachorro-quente ou um hambúrguer, ele era meu café da manhã. Gostava muito de ir a rodízios de pizza e chegava a comer 14 pedaços. A comida se tornou o meu refúgio e a minha diversão.
Nessa fase, o sobrepeso passou a me incomodar por questões de autoestima. Tinha vergonha e era introvertido, não me sentia seguro para paquerar, apresentar um trabalho na faculdade e falar em público.
Sem contar que algumas situações do dia a dia me deixavam completamente constrangido, como comprar roupa —era um pavor, nada me servia. Tinha dificuldade de passar na catraca do ônibus e ficava desconfortável e sem posição na poltrona do avião.
Aos 25 e com 110 kg, procurei um médico para fazer a bariátrica. Ele disse que eu ainda não tinha o IMC (índice de massa corporal) necessário para fazer a cirurgia pelo plano de saúde e me encorajou a emagrecer com boa alimentação e exercício. Na hora, fiquei chateado, mas hoje sou grato por não ter feito o procedimento.
Por conta da obesidade, comecei a ter vários problemas de saúde, como pressão alta, azia e queimação no estômago, dores de cabeça, insônia, falta de disposição, ansiedade. Tomava três remédios por dia, um para hipertensão, um para o estômago e outro para cefaleia.
E foi o aparecimento de mais uma doença associada ao excesso de peso que me motivou a mudar hábitos. Tive uma crise de gota e o médico me prescreveu um medicamento de uso contínuo. Parei e pensei: 'Estou com 33 anos, 122 kg e vou para o quarto remédio por dia?'
Então, disse para mim mesmo: 'Chega, não dá mais. Cansei dos meus exames alterados, de tomar medicação, de não ter energia. Cansei dessa vida, cansei de ser gordo.'
Em junho de 2015, a primeira etapa da minha mudança foi colocar na cabeça que eu não iria mais fazer uma dieta com data para começar e terminar, como tinha sido das outras vezes. Estava determinado a mudar meu estilo de vida para sempre.
A segunda foi identificar que eu precisava de ajuda profissional, mas que também deveria me empenhar. Procurei um nutricionista esportivo que me passou uma reeducação alimentar e algumas orientações básicas para fazer boas escolhas.
Meu cardápio tinha ovos cozidos no café da manhã; castanhas, frutas e leite nos lanches; arroz, feijão, legumes e verduras e carne, frango ou peixe no almoço; e uma proteína com vegetais no jantar. Basicamente, alimentos naturais. Cortei refrigerante, bebida alcoólica, doces, massas, lanches e produtos industrializados. No começo sentia vontade de consumir essas coisas, mas o desejo de mudar era maior.
A outra etapa do meu processo foi escolher uma atividade física. Optei pela caminhada, por achar mais fácil para começar e sair do sedentarismo, e pela possibilidade de treinar sozinho. Caminhava 20 minutos por dia na orla, de segunda a sexta. Iniciei com caminhadas leves e depois passei a intercalar com pequenos trotes —disso foi nascendo minha paixão pela corrida. No primeiro mês, o resultado foi animador, menos 8 kg na balança.
Comecei a fazer musculação na academia do condomínio e contratei um personal trainer. O apoio dele foi fundamental tanto nos treinos quanto na motivação. Ele já tinha sido gordo, o que me gerou uma identificação. No segundo mês sequei mais 5 kg; em um ano, 15 kg, chegando a 107 kg.
Em 2016, participei da minha primeira prova de corrida de rua, de 5 km. Não consegui correr o percurso inteiro: corri 3 km e andei 2 km, mas cruzei a linha de chegada e ganhei a medalha de participação, que virou símbolo de uma nova vida. Na semana seguinte, contratei uma assessoria de corrida e passei a treinar regularmente.
Após cinco anos de processo, tive uma grande evolução, emagreci 42 kg, participei de várias provas de corrida de rua, de trilhas em montanhas, fiz 13 meias maratonas (21,097 km) e duas maratonas (42,195 km), a última agora em outubro.
Algo que sempre me ajudou muito a manter o compromisso com o treino e a boa alimentação foi criar alguns desafios —que compartilho no Instagram @quaseumexgordo, para motivar outras pessoas. No início da pandemia do coronavírus, quando as academias e parques fecharam, comecei a treinar em casa, na esteira, e me desafiei a correr 300 km em 40 dias.
Após importantes conquistas, ainda me vejo em construção. Há um ano, meu peso oscila entre 78 kg e 80 kg. Quero perder mais gordura, ganhar mais músculos e fazer uma ultramaratona.
Hoje, não tenho mais os problemas de saúde gerados pela obesidade, não tomo mais remédios, treino cinco vezes na semana e minha alimentação continua regrada, baseada em proteínas e pouco carboidrato, mas no fim de semana me dou ao luxo de comer alguma besteira.
A corrida mudou minha vida, tanto no sentido da perda de peso como emocionalmente. O esporte me ensinou a ter paciência, controlar a ansiedade, ter constância, superar os desafios da atividade física e também da vida, como a perda da minha mãe e avó em 2020.
Mudar e sair da zona de conforto não é fácil, é doloroso, sofrido, mas depois passa e vem o prazer pela recompensa. Se você também quer mudar hábitos para ter mais saúde, faça como eu: busque ajuda profissional, procure fazer uma atividade que goste e tente dar sempre o seu melhor. Os benefícios serão incríveis'.
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