Nego Di parou de beber para perder 30 kg; álcool é vilão do emagrecimento?
O humorista e ex-BBB Nego Di compartilhou em seu perfil no Instagram que perdeu 30 kg entre março e dezembro deste ano. Para atingir o objetivo, ele está "treinando sem parar", parou de comer "besteiras" e de beber. Mas o álcool pode comprometer a perda de peso?
Tudo vai depender do volume de álcool que você consome e quantas vezes na semana. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), não existe uma quantidade que seja considerada absolutamente segura para a saúde, então o que é adotado é um consumo moderado ou de baixo risco para desenvolver problemas de saúde.
A dose padrão seria de 10 g de etanol puro, e a recomendação é que homens e mulheres não excedam duas doses por dia e se abstenham de beber pelo menos dois dias por semana. Ou seja, entre 10 a 20 g de etanol até cinco vezes por semana é considerado baixo risco para desenvolver doenças.
Para você ter uma noção, temos 10 g de etanol puro em um copo pequeno (250 ml) de cerveja (5% álcool) ou meia taça (107 ml) de vinho (12% de álcool) ou 1 dose pequena (32 ml) de destilado (vodca, uísque, cachaça, gin, tequila, com 40% de álcool). Pensando no processo de emagrecimento, mesmo essa dose pequena pode atrapalhar os resultados, afinal o teor calórico do álcool é 7 kcal/g, enquanto proteínas e carboidratos contêm 4 kcal/g, e gorduras, 9 kcal/g.
Você pode chegar a ter uma redução de 2 a 4 kg em um único mês apenas retirando o álcool e sem fazer nenhuma outra mudança na alimentação. Além de, claro, melhorar a qualidade do seu sono, reduzir a ansiedade e melhorar foco e concentração.
A nutricionista e colunista do VivaBem Verônica Laino diz que, em seu consultório, limita até duas doses de 10 g, de uma a duas vezes por semana, e sempre reduzindo gordura e carboidrato no dia do consumo, para compensar as calorias vindas do álcool. "Assim, vejo um bom resultado no processo de emagrecimento, sem precisar retirar a bebida da rotina do paciente. Claro que isso só vale para os que não estão com os níveis de colesterol, glicemia e insulina alterados e que não estão com gordura no fígado. Para estes pacientes a recomendação é ficar três meses sem álcool e então repetir os exames".
Um outro ponto de atenção é que o álcool relaxa e prejudica o julgamento sobre o que se deve ou não comer. Uma pessoa que está seguindo um planejamento alimentar com objetivo de emagrecer sabe que não deveria consumir fritura, por exemplo. Mas quando alguém oferece esse alimento e insiste, o álcool pode dificultar que a pessoa diga "não". Além disso, nas situações sociais, a bebida alcoólica é geralmente acompanhada de petiscos, muitas vezes calóricos.
Faz mal para a saúde?
Quando o assunto é saúde, realmente, parar de beber traz benefícios. Estudos mostram que ao eliminar o álcool da dieta você pode melhorar seu colesterol —sem a bebida ele reduz, em média, 5%—, glicemia e deixar seu fígado mais saudável.
Se você tem alguém na família com diabetes do tipo 2 ou se você ama um carboidrato refinado, a exclusão da bebida alcoólica reduz em média 16% dos índices glicêmicos, sobrecarregando menos o pâncreas e evitando assim as chances de desenvolver esse tipo de diabetes.
Já no fígado, a vantagem é especial para quem tem esteatose hepática: ocorre uma redução entre 15 a 20% de gordura que estava acumulada no órgão. Isso é importante porque, com o tempo, essa gordura vai acumulando e as consequências são severas, como a cirrose, que é irreversível. Como grande parte da população, por conta de hábitos alimentares e de estilo de vida não saudável, tem esteatose, a retirada da bebida alcoólica pode ajudar a reduzir essa gordura e até mesmo zerar, caso esteja no grau leve da doença.
É possível incluir a bebida alcoólica em rotina saudável, mas com moderação
A bebida alcoólica pode fazer parte de uma rotina saudável, desde que a pessoa não tenha restrições de saúde relacionadas a isso e haja equilíbrio. Para quem deseja emagrecer, desde que consumida com moderação, a bebida alcoólica pode ser menos prejudicial do que um prato muito calórico com muitas frituras, por exemplo, se pensarmos apenas nas calorias.
Obviamente, não podemos perder de vista que o excesso de álcool pode engordar, causar dependência, doenças hepáticas, desajustes sociais e outros problemas. Porém, em quantidade e frequência controladas, ele pode ser consumido sem prejudicar o equilíbrio energético e peso.
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