Minha mãe morreu há três anos, mas meu pai não se recuperou. Como ajudá-lo?
Primeiro de tudo, não peça para que ele esqueça a sua mãe. Neste momento, o mais importante é o apoio e o acolhimento. A dor e o sofrimento que seu pai está passando faz parte do luto, e é necessário enfrentar estes sentimentos para entender que a outra pessoa se foi e o que ficará agora é a lembrança. Por isso, respeite sempre esta dor.
Ofereça objetivos para ele, ou seja, crie situações em que o seu pai possa se sentir útil. É importante que a pessoa que está enlutada continue tendo experiências na vida. Portanto, marcar encontros com amigos e familiares é bastante enriquecedor. Tente mostrar para o seu pai que existe uma vida lá fora e que seguir adiante não significa que ele estará esquecendo de sua mãe. Pelo contrário, ela faz parte da história de vocês e estará sempre na lembrança.
Na medida do possível, é importante que ele tente voltar à rotina. Não àquela que tinha antes, mas estabelecer novos hábitos a partir daquilo que dá para fazer sem a pessoa que partiu. Vale até tentar realizar tarefas que antes eram feitas com sua mãe, por exemplo. Caso você tenha filhos, leve-os para visitar o avô, pois pode ser um momento de distração com muito afeto. Não deixe seu pai muito tempo sozinho, esteja sempre em contato, e nestes encontros dê espaço para que seu pai possa desabafar, colocar para fora os sentimentos.
Se o luto estiver gerando sintomas, como falta de apetite, insônia etc, é necessário buscar ajuda de um psicólogo ou psiquiatra. Outro ponto de bastante atenção envolve o período de luto. Cada pessoa tem o seu tempo para compreender a morte. Quando falamos da recuperação de alguém após o falecimento de um indivíduo muito querido, temos que pensar que foi criado um vazio nos sentimentos do enlutado. Portanto, não se preocupe com o tempo que seu pai ainda precisará para sair do luto. Esteja sempre ao lado dele e atento, caso seja necessária a busca por terapia.
Fontes: Cláudio Paixão, doutor em psicologia social, professor da Escola de Ciência da Informação da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e coordenador do GEDII (Gabinete de Estudos da Informação e do Imaginário); Leila Salomão Tardivo, professora do IP-USP (Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo); Luiz Scocca, psiquiatra pelo Hospital das Clínicas da USP (Universidade de São Paulo) e membro da APA (Associação Americana de Psiquiatria).
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