Tamanho de pênis: há um padrão? Quando é muito pequeno? Dá para aumentar?
São inúmeras —e frequentes— as perguntas que VivaBem recebe sobre essa "encanação" masculina: existe um tamanho padrão ou "normal" de pênis; qual é a média do brasileiro; quando é muito grande, ou muito pequeno; é possível fazer algo para aumentar, ou diminuir o pênis; quanto maior, maior também a dificuldade de ereção; negros são sempre "superdotados"?
Os médicos esclarecem, mas antes também fazem um alerta para aqueles que têm os próprios centímetros na ponta da língua: excesso de preocupação sobre tamanho de pênis e que pode ser potencializado por se comparar demais com atores de filmes pornô, prejudica autoestima, gera ansiedade, ejaculação precoce, disfunção erétil, como acaba sendo um fator para não se procurar um urologista, por medo de tirar a roupa, ser examinado. Vira caso de psicoterapia.
Posto isso, tire todas as suas dúvidas a seguir. A maioria costuma se preocupar por bobagem...
Existe um tamanho padrão ou "normal" de pênis?
Um estudo britânico recente, publicado na revista científica de urologia BJU International apontou que, ereto, um pênis mede, em média, 13 cm de comprimento e, em repouso, 9 cm. Já a circunferência média (espessura) fica em cerca de 11 cm (quando duro) e 9 cm (mole).
Ao longo de 17 análises foram investigados mais de 15 mil homens. Porém, a maioria caucasiana ou do Oriente Médio. Segundo o mesmo estudo, apenas 2% têm pênis muito pequenos, bem abaixo da média, o que também corresponde aos que têm pênis enormes.
Qual a média de tamanho do pênis brasileiro?
De 12,5 a 14,5 cm de comprimento, em ereção, o que equivale a uma caneta esferográfica sem ponta, por exemplo. Dados de medições (antropometrias) penianas apresentados em congressos da SBU (Sociedade Brasileira de Urologia) mostram que na população masculina brasileira os valores da normalidade para pênis ereto ficam entre 10,5 cm e 17,5 cm.
Quando o pênis é muito grande ou muito pequeno?
Denota-se grande quando acima da medida média e muito grande quando perto, igual ou um pouco além de 20 cm de comprimento, quando ereto. Ainda há pênis desproporcionais, que chegam a 30 cm, 40 cm, como o do ator norte-americano Jonah Falcon, que detém não oficialmente o recorde de maior pênis do mundo há mais de 10 anos e diz sofrer por isso.
Já um pênis pequeno seria um de tamanho inferior a 10 cm ereto. Em adultos, o micropênis é classificado como um pênis tendo 8 cm ou menos ereto. Essa condição pode vir junto de uma incapacidade testicular de produzir hormônios (hipogonadismo), infertilidade, testículos que não descem para o saco (criptorquidia), características da síndrome de disgenesia testicular.
Dá para aumentar ou diminuir o pênis?
Em caso de micropênis, há duas vias para tratar. Aplicar injeções de testosterona, iniciando durante a infância e adolescência após diagnóstico médico (mas existe possibilidade de afetar o desenvolvimento da estatura) ou diidrotestosterona, que não causa esse risco, mas ainda não é tão acessível no Brasil. Ambas as aplicações ainda fazem crescer pelos pubianos mais cedo.
Agora, quando o tratamento é buscado na fase adulta, hormônios podem não ser tão eficazes e por isso há quem recorra às cirurgias de aumento peniano com próteses e enxertos, mas cujos efeitos às vezes não são satisfatórios, assim como envolvem riscos de deformidades e infecção. Bombas a vácuo, pílulas, extensores, muita coisa facilita a ereção, mas não aumenta o pênis.
Em se tratando de diminuir um pouco esse órgão sexual, não existe nenhuma recomendação de cirurgia. Nesses casos, vale mais tomar alguns cuidados durante a penetração, como garantir uma boa lubrificação do parceiro, uma boa dilatação e introduzir só parte do pênis.
Quanto maior o pênis, maior a dificuldade de ereção?
A principal causa da disfunção erétil é emocional, mas não é a única. Alguns homens (tendo o pênis muito grande, ou não) com dificuldades de ereção podem ter problemas vasculares, nas artérias, de "enchimento" por sangue do corpo cavernoso, por exemplo. Mas o tamanho avantajado também pode demandar um pouco mais de tempo e excitação para ser levantado.
Os médicos relatam que ereções em pênis longos os aumentam em 47%. Para pênis mais curtos, o crescimento é em cerca de 86%.
No entanto, nem todo pênis se empina. Alguns são naturalmente retos, outros tortos para direita ou para a esquerda (em formato acentuado, de banana, pode se tratar de doença de Peyronie) e há ainda os inclinados para baixo. Se o médico constatar impotência, os tratamentos são direcionados para o fator desencadeante.
Parceiros sexuais preferem os maiores?
A atração sexual é muito pessoal e subjetiva. Por conta do imaginário popular de que pênis grande está associado a homens viris, muitos podem achar que isso é verdade e nutrir a curiosidade —e o desejo— de ver e transar com um. Mas ter um "volumão" nada tem a ver com quem se é de fato, ou bom desempenho na cama. Pode até ser motivo de insatisfações.
Quem é "superdotado" pode ter dificuldades para usar calças justas, dormir de bruços, esconder uma ereção involuntária, usar sunga sem constrangimentos e até lesionar o pênis, se ele "dobrar" sobre si durante o sexo.
O parceiro ou a parceira também pode se sentir "sem ar" ao fazer sexo oral nele e, sem comunicação e cuidados preliminares, corre o risco de ter incômodos e se machucar durante a relação.
Pênis menores dão menos prazer?
Também é lenda. A maioria das mulheres chega facilmente ao orgasmo por meio da estimulação do clitóris, que tem formato de "bolinha" e fica no alto da vagina, no encontro entre os pequenos lábios. Já o ânus é repleto de terminações nervosas e que implicam em prazer na região externa (margem anal), interna (canal) e no reto (acima do canal, onde está a próstata, o ponto "G" dos homens e, em média, apenas a 10 cm da margem anal).
Além do pênis, também podem ser utilizados dedos, brinquedos eróticos, mas deixando claro que penetração não é tudo. É preciso enxergar a relação no seu todo, o que inclui valorizar preliminares, palavras, beijos e fantasias excitantes, preferências e o respeito aos envolvidos.
Obesos e asiáticos têm pênis pequenos?
No que compete aos homens que estão acima do peso, o excesso de gordura localizado na região pubiana pode causar essa impressão (de que o pênis é menor), porque cobre e embute parte do pênis. Com o avanço da idade, pele flácida abdominal também.
Quanto aos asiáticos, não é o que dizem levantamentos. De acordo com o periódico científico International Journal of Impotence Research, na China o comprimento erétil médio é de 12,9 cm. Em Japão e Tailândia, a média, em ordem, é de 13 cm e 13,5 cm aponta o Tokyo Reporter, com base em uma pesquisa conduzida pela fabricante Tenga, de produtos para masturbação.
Negros são sempre "superdotados"?
Não há consenso médico e nada conclusivo. Sites populares de medições afirmam que os pênis de africanos quando eretos ultrapassam os 15 cm, chegando até aos 17 cm. Mas uma pesquisa de 2005 relatou que "não há base científica" para apoiar "superdimensionamentos" desse tipo e outras duas registraram que na Tanzânia e na Nigéria a média dos pênis eretos alcança 13 cm.
Segundo um estudo da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) publicado na revista International Journal of Impotence Research, o comprimento médio do pênis do brasileiro autodeclarado negro é de 16,5 cm enquanto o do brasileiro autodeclarado branco é de 15,8 cm. Ambos acima da média e, concluíram os pesquisadores, satisfeitos com suas genitálias.
Quais fatores estão por trás do tamanho?
Diversos. Genética, etnia, tipo de constituição corpórea herdada, nutrição, hormônios, alterações endócrinas, doenças que atingem os testículos e, consequentemente, afetam a puberdade, que é a fase final do crescimento peniano. Passada essa fase, o estímulo para o desenvolvimento cessa e o órgão adquire seu tamanho máximo, por volta dos 17 ou 18 anos.
Fazer academia ou musculação não influencia em nada, mas usar anabolizantes muito cedo sim, pois inibem a produção de testosterona, que tem papel fundamental. Quanto se há relação entre tamanho de pênis com o de alguma parte do corpo, não há qualquer evidência científica robusta que prove isso, seja envolvendo pés, dedos e palmas das mãos ou nariz, por exemplo.
USP realiza pesquisa sobre comportamento sexual
Para entender o comportamento sexual em diversas regiões do mundo, o IPq (Instituto de Psiquiatria) do Hospital das Clínicas da FMUSP (Faculdade de Medicina da USP), ao lado de outros 45 países, está realizando um grande estudo sobre o tema. A ideia é examinar diferentes comportamentos sexuais, incluindo aspectos positivos, como a satisfação e o desejo sexual, e os negativos, como os riscos e problemas do funcionamento sexual.
Um dos questionários já está disponível e pode ser respondido até o final de fevereiro de 2022 —qualquer pessoa a partir de 18 anos pode participar: clique aqui para responder ao questionário.
Fontes: Alex Meller, professor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e urologista do Hospital Israelita Albert Einstein (SP); Christian Fuhro, urologista da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo; Frederico Mascarenhas, urologista e chefe dos serviços de urologia e residência em urologia do Hospital São Rafael, em Salvador; Rodolfo Favaretto, urologista pela FMRP-USP (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo); Vilson Bezerra, urologista, membro da SBU (Sociedade Brasileira de Urologia) e professor assistente da disciplina de urologia da Uninovafapi-Afya, no Piauí.
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