Felipe Neto tem crise de pânico em aeroporto; é possível curar transtorno?
Felipe Neto contou, nas redes sociais, que teve uma crise de pânico no aeroporto. O youtuber gravou uma sequência de vídeos no Instagram para relatar o que aconteceu.
Um dia antes da viagem, ele já sentia uma forte angústia e quanto mais pensava, mais angustiado ficava. "Não tinha há alguns anos e não desejo para ninguém, ninguém, ninguém na vida!", falou.
Além disso, Felipe disse que desistiu da viagem que estava marcada. Ele também afirmou que vai intensificar os encontros com o terapeuta. "Preciso reagrupar, entender o que está acontecendo dentro da minha mente, se desenvolvi algum tempo de agorafobia, mesmo que em grau pequeno. Toda vez que me distancio de casa começo a me sentir pesado, com sensações de agonia. Precioso mergulhar na terapia de novo, aumentar drasticamente a quantidade de sessões", completou.
A agorafobia que o youtuber citou é diferente de uma crise de pânico. É um transtorno ansioso, no qual a pessoa tem um medo desproporcional de situações dentro de locais, que podem ser transporte público, parque, uma fila, a rua.
"Quero muito prometer para vocês que quando eu estiver mal, eu vou falar que estou mal. E vou explicar para vocês as coisas que acontecem comigo. Não consegui sair do carro e quando pensei em voltar para casa, eu desisti da viagem, imediatamente aquela sensação de estar se afogando, aliviou, quando pensei na possibilidade de não ir e voltar para casa", falou.
Já a crise de pânico, de acordo com o DSM-IV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), é quando os ataques não acontecem imediatamente a uma situação de estresse ou de ameaças físicas reais, como por exemplo um assalto.
"As crises duram cerca de 10 a 20 minutos e se repetem com frequência semanal ou diária", explica Mario Louzã*, psiquiatra e doutor em Medicina pela Universidade de Würzburg, na Alemanha, e que atende em São Paulo. "Os ataques podem ocorrer até mesmo durante o sono", diz.
"A síndrome deve ser compreendida como um transtorno de causa multifatorial, com impacto genético, dos hormônios e até do ambiente socioeconômicos", diz Triana Portal*, psicóloga clínica, também de SP. Traumas, frustrações, preocupações financeiras ou perdas emocionais são alguns gatilhos que causam a crise.
É possível tratar as crises de pânico? Tem cura?
O tratamento do transtorno do pânico é acompanhado por psiquiatras que prescrevem medicamentos e também indicam psicoterapia, que ajuda a identificar o pânico e criar mecanismos para manter o controle durante a crise.
Há duas terapias muito usadas no tratamento da crise: a Terapia Psicanalítica e a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC). Na primeira, o paciente vai gradativamente ligando seus sintomas corporais (taquicardia, falta de ar ou tremores) a suas angústias; na segunda, o terapeuta auxilia o paciente a fazer uma avaliação das situações e um treino de novos comportamentos.
O tratamento é contínuo, mesmo que o indivíduo entre em um quadro assintomático, "já que a suspensão abrupta dos medicamentos pode provocar crises ainda mais severas que as iniciais", afirma Louzã. O especialista diz ainda que não há uma "cura", mas, sim, uma diminuição da dosagem dos remédios e espaçamento das consultas.
Por isso, é importante ressaltar que, apesar de o tratamento apresentar melhora substancial do problema, a luta para controlar a ansiedade e os ataques de pânico é para o resto vida, uma vez que a pessoa já aprendeu esse modus operandi.
O que fazer durante um ataque de pânico?
O primeiro passo para conseguir controlar o ataque de pânico é perceber que se está passando por uma crise momentânea. Depois disso, a melhor coisa a se fazer é se afastar do local em que se estava, sentar, respirar fundo, tentar controlar os pensamentos (racionalizando sobre eles, pensando, por exemplo, que isso é apenas um ataque de pânico, que irá passar, eu não vou morrer, etc), até que os sintomas passem.
* Com informações de reportagens publicadas nos dias 29/08/2017, 26/12/2017 e 17/10/2018.
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