Vacina de covid em crianças: quais são as reações e como amenizá-las?
Agora que chegou a vez das crianças acima de 5 anos tomarem a vacina, há algumas dúvidas sobre as possíveis reações adversas do imunizante. No Brasil, a Pfizer já é aplicada neste público e, nesta quinta (21), a CoronaVac foi aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para crianças e jovens de 6 a 17 anos.
E os eventos adversos? São parecidos com o que os adultos também relatam? De acordo com especialistas consultadas por VivaBem, além de dados de estudo em outros países, sim, são bem semelhantes.
Os mais comuns são dor, vermelhidão ou inchaço no local da aplicação, mal-estar geral, febre, dor de cabeça e muscular, entre outros. Todos esses efeitos são considerados normais —não sentir nada também não é sinal de algum problema.
Esses sintomas, inclusive, já são relatados em outras vacinas mais antigas que os pequenos costumam tomar nessa faixa etária, como a de tétano ou a meningocócica C.
"Todas essas vacinas também podem fazer reações locais, trazer febre e mal-estar nos primeiros dias e, depois, melhora. A vacina contra covid não fugiu do padrão das outras que já conhecemos", afirma a imunologista Ana Karolina Barreto Marinho, do departamento científico da Asbai (Associação Brasileira de Alergia e Imunologia).
O que diz a bula da Pfizer
Eventos mais comuns:
- Dor de cabeça
- Dor muscular
- Dor, inchaço e vermelhidão no local de injeção
- Cansaço
- Calafrios
Comuns
- Diarreia
- Vômito
- Dor nas articulações
- Febre
Incomuns
- Aumentos de gânglios linfático
- Urticária (alergia da pele com forte coceira)
- Prurido (coceira)
- Erupção cutânea (lesão na pele)
- Diminuição de apetite
- Náusea
- Dor nos membros (braço)
- Mal-estar
Desconhecida (raro)
- Reação alérgica grave (anafilaxia)
Nos Estados Unidos, onde a vacina está sendo aplicada há mais tempo, um estudo do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos) foi realizado com 42.504 crianças de 5 a 11 anos que receberam a primeira dose —dessas, 29.899 tomaram a segunda. Os dados mostram que as reações foram relatadas com mais frequência no dia após a vacinação para ambas as doses.
As mais comuns após qualquer dose foram dor no local da injeção, fadiga e dor de cabeça. A febre foi relatada com mais frequência após a dose 2 (4.001; 13,4%) do que a dose 1 (3.350; 7,9%).
O que tem preocupado os pais são os relatos de miocardite, uma inflamação do músculo cardíaco. No entanto, segundo o CDC, esse evento é considerado raro. O risco de uma pessoa jovem desenvolver a miocardite ao pegar covid é 16 vezes maior do que após a vacina. A maioria dos pacientes que relataram o ocorrido após a vacina respondeu bem aos medicamentos, com uma rápida melhora.
E os dados da CoronaVac?
Como a vacina para crianças foi aprovada recentemente, ainda não há a bula disponível no Brasil. Mas como o imunizante já é aplicado em outros países nesta faixa etária, há artigos provando sua segurança e os possíveis eventos adversos.
Um estudo, publicado em junho de 2021 no periódico The Lancet, com crianças saudáveis da China mostrou que dos 550 participantes, 146 relataram pelo menos uma reação adversa em um período de 28 dias.
Mais comuns
- Dor ou vermelhidão no local da aplicação
- Febre
- Dor de cabeça
Menos comuns
- Diarreia
- Náusea
- Vômito
- Dor muscular
- Fadiga
Tem como amenizar os sintomas?
De acordo com as médicas consultadas, é possível adotar medidas que melhorem os sintomas, caso a criança apresente algum deles. O indicado é utilizar analgésicos ou antitérmicos que já são usados com frequência na criança.
Se a dor no braço for forte, dá para colocar uma bolsa morna ou fria na região do braço. Além disso, em casos de náusea, vômito ou diarreia, mantenha a criança hidratada.
Se a febre, por exemplo, não passar após 48 horas (2 dias), é indicado procurar o posto onde a criança foi vacinada para explicar o ocorrido e receber as devidas orientações.
Outra informação importante é que, caso a criança apresente sintomas de gripe, espere 4 semanas após o início dos sintomas para tomar a vacina de covid.
Não esqueça qual é foco da vacina
Outro ponto que é importante enfatizar é que a vacina não impede que uma criança seja, por exemplo, infectada por covid. "Mas o principal objetivo é evitar mais infecções, hospitalizações, complicações da doença e óbitos", explica Talita Rizzini, pediatra e coordenadora do Serviço de Pediatria da unidade Liberdade do Hospital Leforte (SP).
A imunologista da Asbai compartilha da mesma opinião: "Temos que pensar na vacina e seu objetivo principal, que é evitar hospitalizações e complicações pela doença."
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