Vacina infantil: CoronaVac causa menos reações do que a Pfizer?
A vacina contra o coronavírus para crianças já está sendo aplicada no Brasil —no caso a da Pfizer e a CoronaVac. Muitos pais estão preocupados com as reações adversas que os imunizantes podem causar e que, na maioria, tendem a ser leves ou moderados.
Mas será que a CoronaVac, por exemplo, dá efeitos mais "brandos" em comparação com a Pfizer, principalmente em crianças? Antes de responder a essa pergunta, é preciso reforçar que os dois imunizantes têm segurança e eficácia comprovadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
"As duas vacinas apresentam um ótimo perfil de segurança e de proteção. É importante deixar isso claro", afirma Juarez Cunha, pediatra e presidente da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações).
De acordo com Cunha, a CoronaVac utiliza uma plataforma mais "tradicional e convencional", o que explica por que alguns pais preferem que os filhos recebam essa vacina. "Quando você compara com a da Pfizer —ou AstraZeneca e Janssen—, mesmo com dados de adultos, a CoronaVac tende a ter menos eventos adversos do que as outras, ela é menos reatogênica", diz.
No entanto, o médico afirma que não faz sentido escolher a vacina neste momento de pandemia, na qual as crianças estão mais suscetíveis à doença. O ideal é tomar a vacina que está disponível no posto de saúde.
"Já temos dados de vida real que mostram que, mesmo com a chegada da ômicron, as duas vacinas evitam formas graves da doença, hospitalização e morte em crianças", explica o pediatra.
Efeitos adversos dependem de cada pessoa
Ekaterini Simões Goudouris, imunologista e diretora da Asbai (Associação Brasileira de Alergia e Imunologia), explica que as reações dos imunizantes dependem muito de cada pessoa —sejam idosos, adultos, adolescentes ou crianças.
"Depende da resposta imunológica e do momento em que ela toma a vacina. Às vezes, a pessoa está mais suscetível, com alguma infecção e o sistema imunológico fica mais estimulado. Com isso, ela pode ter uma reação mais importante do que se estivesse bem, sem infecções", diz Goudoris.
Além disso, algumas pessoas podem não apresentar nenhuma reação, o que também não é motivo de preocupação.
Quais podem ser as reações nas crianças?
O que diz a bula da Pfizer
Eventos mais comuns:
- Dor de cabeça
- Dor muscular
- Dor, inchaço e vermelhidão no local de injeção
- Cansaço
- Calafrios
Comuns
- Diarreia
- Vômito
- Dor nas articulações
- Febre
Incomuns
- Aumentos de gânglios linfático
- Urticária (alergia da pele com forte coceira)
- Prurido (coceira)
- Erupção cutânea (lesão na pele)
- Diminuição de apetite
- Náusea
- Dor nos membros (braço)
- Mal-estar
Desconhecida (raro)
- Reação alérgica grave (anafilaxia)
A médica da Asbai reforça que os casos de miocardite, uma inflamação do músculo cardíaco, após a vacina da Pfizer são raríssimos. "Já está mais que comprovado que o vírus é infinitamente mais grave, com chances de maior repercussão no corpo, do que com a vacina", explica.
Ela diz ainda que os casos não são frequentes e nem graves —corroborando o que o CDC já informou outras vezes. Incluisve, o risco de uma pessoa jovem desenvolver a miocardite ao pegar covid é 16 vezes maior do que após a vacina. A maioria dos pacientes que relataram o ocorrido após a vacina respondeu bem aos medicamentos, com uma rápida melhora.
Reações da CoronaVac
Mais comuns
- Dor ou vermelhidão no local da aplicação
- Febre
- Dor de cabeça
Menos comuns
- Diarreia
- Náusea
- Vômito
- Dor muscular
- Fadiga
Tem como amenizar os sintomas?
É possível adotar medidas que melhorem os sintomas, caso a criança apresente algum deles. O indicado é utilizar analgésicos ou antitérmicos que já são usados com frequência na criança.
Se a febre, por exemplo, não passar após 48 horas (2 dias), é indicado procurar o posto onde a criança foi vacinada para explicar o ocorrido e receber as devidas orientações. Outra informação importante é que, caso a criança apresente sintomas de gripe, espere 4 semanas após o início dos sintomas para tomar a vacina de covid.
Vacinação nas crianças é fundamental
Por mais que essa faixa etária não esteja no grupo de risco, é importante reforçar que, por ainda não serem vacinadas, as crianças ficam mais suscetíveis à doença. "Tudo que pode acontecer nos adultos também pode ocorrer com as crianças", diz Juarez Cunha.
"Sabemos que existem faixas etárias, como os idosos, que apresentam mais riscos de complicar, mas as crianças não estão isentas de doenças graves. Nós consideramos as duas vacinas excelentes, com segurança e eficácia. Estamos correndo contra o tempo porque a ômicron se alastra de forma impressionante. Quanto antes puder vacinar as crianças, melhor".
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